CNID assina em Marrocos protocolo com vista ao Mundial 2030
O CNID assinou na semana passada, na quarta-feira, 18 de Setembro, na Maison de la Presse de Tanger, em Marrocos, um protocolo de intenções com as congéneres marroquina e espanhola para trabalhar o Mundial 2030 de futebol, que será co-organizado pelos três países.
Depois de uma primeira troca de impressões durante o congresso da AIPS (Associação Internacional da Imprensa Desportiva) em Santa Susanna, Espanha, na quarta-feira houve um encontro informal no Hotel Farah, de Tânger, que lançou as bases para um trabalho que pode revelar-se importante para os Jornalistas desportivos. Ao final da tarde, já na Maison de la Presse, houve a assinatura formal do documento, numa sessão com dezenas de pessoas.
‘É responsabilidade dos Jornalistas prepararem-se para contar esse Mundial como ele merece ser contado’, disse na ocasião Manuel Queiroz, presidente do CNID, que se deslocou de propósito a Tanger para este encontro que juntou também Jesus Alvarez , primeiro vice-presidente da Associação Espanhola da Imprensa Desportiva (AEPD), e Badreddine Drissi, presidente da Associação da Imprensa Marroquina e anfitrião e grande impulsionador desta iniciativa. Também Morad Moutaouakkil (Marrocos) e Juan António Prieto (Espanha), ambos membros do Comité Executivo da AIPS, um chapéu debaixo do qual se quer colocar esta ideia, estiveram no encontro.
Jesus Alvarez, que foi jornalista da TVE durante mais de quatro décadas, também agradeceu toda a simpatia marroquina e disse que o Mundial de 2030 é uma ocasião de grande valor histórico, desportivo, social e político.
Decidiu-se para já criar uma comissão com dois membros de cada uma das três associações para iniciar o trabalho, tendo em vista promover a melhor cobertura deste ‘projeto comum’ que é o Mundial. A ideia é trabalhar no sentido de facilitar o trabalho dos Jornalistas dos três países organizadores e também de trocar informação orientada sobretudo para os jovens jornalistas.
As ideias são muitas e interessantes e a comissão fará a triagem e organizará a forma de as desenvolver, nomeadamente em contactos com a AIPS, com as federações organizadoras e com a FIFA.
O calendário dessas ações vai ser discutido proximamente e será preparada um arranque condigno, até porque esse Mundial 2030 já começou para os Jornalistas. Isso mesmo ficou claro durante o programa da Rádio Mars, em cadeia nacional e que tem como lema ‘Rock e desporto’, em que as três associações foram convidadas. Entre as 7:39 e as 9:30 da manhã de quinta-feira discorreu-se sobre as ligações históricas entre os três países, nem sempre pacíficas é certo, mas a história é o que é.
O CNID agradece o acolhimento excecional que teve em Tânger da parte dos colegas marroquinos, numa deslocação de 24 horas mas com um horizonte de cinco anos e meio.
Faleceu Vitor Queirós
O jornalista Vitor Queirós, de 63 anos, morreu esta segunda-feira na sequência de doença prolongada..
Nascido em Sobrado, Valongo, a 21 de janeiro de 1961, e foi sobretudo Jornalista na área do Sesporto, esteve em A Bola e O Jogo por largos períodos, mas também no Jornal de Notícias e Expresso e também em varoos órgãos regionais e também internacionais os. Esteve também ligado aos conteúdos do Museu do FC Porto, clube que emitiu até uma nota em que sublinha um trabalho de décadas. A Federação Portugueaa de Futebol também emitiu uma nota a sublinhar a perda de um jornalista de referência. Vitor Queirós foi também sócio do CNID.
o funeral sai às 16h desta trrça-feira da igreja Paroquial de Sobrado para o cemitério da mesma localidade.
Muitos antigos colegas deixaram mensagens sentidas.
Costa Carbalho (antigo diretor de O Comércio do Porto):
‘In memoriam
VÍTOR QUEIRÓS
O Vítor desculpe, mas que diacho de ideia foi essa de morrer ainda tão jovem!?
Lembra-se de lhe ter dito, não há muito, que eu parecia destinado a ser “Juntacadáveres” como no livro do uruguaio Juan Carlos Onetti? Não interropamos o diálogo, até porque as palavras estariam a mais.’.
Mário Nóbrega, antigo colega de A Bol: ‘
O Vítor Queirós partiu. E nessa viagem aos confins do céu acompanhou-o uma escrita ímpar no jornalismo. Até sempre, camarada.’
Fernando Eurico, jornalista da Antena Um: ‘Tratava me por Euriquinho e era um dos jornalistas mais brilhantes que conheci. Escrita cheia de cores sons e sabores, tropical, contagiante. Brilhante. Depois do Carlos Pereira Santos o Vitor Queiróz !Ano de perdas irreparáveis. Para o jornalismo escrito e pensado. RIP . Jamais esquecerei aquela risada em Istambul.’
Joao Esteves, que também foi seu colega em ‘A Bola’: ‘depois do P, agora também tu Vítor?! descansa em paz! um dos grandes! figura incontornável. bom amigo. bom jornalista. pena única. conheci-o pessoalmente em Parma, em 94, estava ele no Norte Desportivo e eu na Gazeta. já lhe conhecia e admirava o talento ímpar. ficou para sempre uma amizade reforçada pelos muitos anos em que partilhámos balneário em A Bola. jamais te esquecerei, Vítor #RIP’.
Pedro Cadima, de O Jogo:’ Com a partida do Vitor Queiros, depois do Carlos, perco no mesmo ano dois pilares seguramente viciantes da minha estrada jornalística a partir de A Bola. No caso do Vítor, o génio particular, a febre demencial, abrigo divino de boas loucuras,a escrita desenfreada e avassaladora, plena de catarses, e o mau feitio que também tempera os craques. Enormíssimo Queirós a cultivar amores e ódios já que viver da neutralidade e com neutralidade é um infinito aborrecimento. Triste pela falta de um último convívio, uma farra abençoada antes desta terrível mas esperada notícia‘.
O CNID apresenta à família, e em especial a Óscar Queirós, seu irmão e colaborador do JN, as mais sentidas condolências.
CNID em serviços reduzidos por causa de férias
A partir de hoje e durante as próximas duas semanas, os serviços do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto vão ser reduzidos ao mínimo devido ao período de férias da funcionária, D. Maria do Carmo.
Neste sentido solicitamos que os contactos sejam feitos por mail, de modo a poder haver resposta em tempo útil.
Pedimos desde já desculpa por qualquer inconveniente, é os serviços voltarão ao normal a partir de 16 de Setembro.
Voto de pesar pelo falecimento de José Manuel Constantino
A Direção do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto deliberou, por unanimidade, apresentar um voto de pesar pelo falecimento do Prof. Dr. José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico falecido no domingo, 10 de Agosto, dna hora em que se encerravam os jJogos Olímpicos de Paris 2024.
Nasceu em Santarém, vai ser sepultado em Gondomar e a sua atividade atingiu o país inteiro, pela solidez e clareza das sus convicções. Foi distinguido pelo Presidente da República e também pelo CNID, que lhe entregou o Prémio Prestígio Fernando Seromenho a 18 de junho de 2021, por decisão também por unanimidade da Direção de então. Entre muitos outros atributos, José Manuel Constantino sempre foi um homem que percebeu a função dos Jornalistas e do Jornalismo, escrevendo belos textos e seno sempre um defensor dos Jornalistas. Algo que também o CNID tem que sublinhar.
Vasto curriculum
Socorrendo.nos do sítio na internet da Universidade do Porto, eis o seu curriculum:
Licenciado em Educação Física pelo Instituto Superior de Educação Física, exerceu atividade docente entre 1973 e 2002. Foi professor do ensino básico (1973-1986) e docente universitário (1994-2002), nomeadamente professor auxiliar convidado da cadeira de Organização e Desenvolvimento do Desporto do Curso Superior de Educação Física e Desporto, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (1994-1996), professor convidado da disciplina de Desporto, Recreação e Tempos Livres, na Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto (1991-1995), professor associado convidado da cadeira de Organização e Desenvolvimento do Desporto do Curso Superior de Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (1997-2002), professor convidado do Curso de Dirigentes Desportivos, da Universidade Autónoma de Lisboa (1999-2000) e professor convidado do curso Autarquias e Desporto – estratégias de sucesso, do Instituto Superior da Maia (2002).
Fez parte da Comissão Instaladora dos institutos superiores de Educação Física, do Porto e de Lisboa (1974-1975). Foi membro da Assembleia Estatuária da Faculdade de Motricidade Humana (Lisboa, 2009) e é membro do Conselho de Representantes da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (desde 2010).
Na administração pública exerceu os cargos de membro do Conselho de Fundadores da Fundação do Desporto (2001), de presidente do Instituto do Desporto de Portugal (2002-2005), de presidente do Conselho Nacional Antidopagem (2002-2005), de presidente do Conselho Nacional Contra a Violência no Desporto (2002-2005), de presidente da Comissão de Coordenação Nacional do Ano Europeu de Educação pelo Desporto (2003-2004) e de presidente da Confederação do Desporto de Portugal (2000-2002).
Na esfera das autarquias, foi diretor do Departamento dos Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras (1996-2002), membro do Conselho Superior de Desporto (2002-2005) e presidente do Conselho de Administração da Oeiras Viva, E.E.M. (2006-2013).
É membro fundador da Sociedade Portuguesa de Educação Física e da Sociedade Portuguesa de Ciências do Desporto; membro da Academia Olímpica de Portugal, da Federação Internacional de Desporto para Todos, da Sociedade Norte Americana Sport Management e membro consultivo da Fundação Marquês do Pombal.
Foi presidente da Assembleia-geral do Centro de Performance Humana (1995-2001), vice-presidente do Conselho Consultivo da Fundação do Desporto (até 2000), membro do Conselho Consultivo do Lugar Comum – Clube Português de Artes e Ideias (até 2002) e membro do Conselho Editorial do Jornal Record (até 2000).
Autor de 12 livros e coautor de 17, foi o coordenador editorial de 14 publicações e membro fundador da revista Horizonte – Revista de Educação Física e Desporto (1993). Proferiu 221 conferências, comunicações e discursos sobre Desporto, no país e no estrangeiro.
Foi atleta federado de Futebol nos Leões de Santarém (1962-1967), secretário técnico da Direção do Sport Algés e Dafundo (1985) e assessor da Direção da Federação Portuguesa de Halterofilismo (1986-1990).
CNID no centenário da AIPS em Paris
A Associação Internacional da Imprensa Desportiva (AIPS, no seu acrónimo em francês) festejou cem anos nesta terça-feira, dia 6, na mesma cidade em que foi fundada antes da cerimónia de abertura dos Jogos de 1924 – em Paris.
Uma cerimónia realizada na sede da UNESCO, Place Fontenoy, com centenas de jornalistas e a presença da ministra francesa do Desporto, Amélie Oudéa-Castera, da vice-diretora da UNESCO para as Ciências Humanas e Sociais, Gabriela Ramos, do México, e Guilherme Canela, brasileiro que é chefe da secção Liberdade de Expressão e Segurança dos Jornalistas na UNESCO. ‘Os jornalistas têm aqui a sua casa’, chegou a dizer quando foi ao palco. Marc Maury, antigo decatleta foi o apresentador e Gianni Merlo, presidente da AIPS, a alma de todo o evento. O CNID esteve presente através do seu presidente, que teve a honra de entregar a lembrança a Nadia Comaneci, que esteve na cerimónia ao lado de outros grandes atletas como Edwin Moses, Donna de Verona, Nadal el Moutawakel, Sebastian Coe, Daley Thompson, Kipchoge Keino, Wu Jimgyu, Ana Fidelia Quirot, Sergey Bubka, entre uma plêiade fantástica que compareceram. Kataklo, um grupo de artistas de grande sucesso, animou ainda mais a manhã.
A ministra fez um discurso em que salientou a importância do jornalismo. ‘O que seria o Desporto sem as vossas palavras, sem as vossas imagens, o que teria sido das grandes proezas dos grandes campeões, das pequenas histórias por trás das grandes narrativas e as inspiradoras vidas que o desporto sacra lixou sem aqueles que as capturam e transformam-nas para a posteridade’, disse Oudéa-Castera. E salientou a importância da França na criação da AIPS, cujo primeiro presidente foi o francês Franz Reichel, campeão olímpico em 1900. Mais tarde, Vincent Duluc, presidente da União Sindical dos Jornalistas Desportivos Franceses, salientaria ainda que Jules Romeu (Mundial de futebol), Henri Delaunay (Europeu), ou Gabriel Hanot, jornalista do L’Equipe (Taça dos Campeões Europeus, hoje Liga dos Campeões).
Gabriela Ramos deu os parabéns aos Jornalistas pelo seu trabalho: ‘O que faríamos sem os vossos olhos, os vossos ouvidos, a vossa caneta’. O vosso papel na cobertura de eventos desportivos é vital’.
O momento alto final foi a presença de dezenas de jornalistas no palco, para receberam uma lembrança evocativa da c abertura de dez Jogos Olímpicos (inverno e Verão).
(em atualização)
Visita aos meandros da fundação (Parte II). Admissão unânime na AIPS em Junho 1966
(Continuação)
A iniciativa urgia porque se aproximava a realização do Campeonato do Mundo de Futebol, “Inglaterra 1966” e a filiação do CNID na AIPS (Association International de la Press Sportive/International Sports Press Association) era fundamental para que o CNID se pudesse afirmar, universalmente, como representante único e legítimo dos jornalistas portugueses que operavam na área do Desporto, em Portugal, e careciam das respectivas acreditações junto dos organizadores do “Mundial” de Futebol.
Fernando Soromenho, então já presidente eleito da Direcção do CNID, recebeu, entretanto, um honroso convite do presidente da AIPS, Félix Lévitan (haviam-se conhecido nos Jogos Olímpicos, Tóquio 1964 ) para participar nos trabalhos do Congresso da AIPS que, à data, Junho de 1966, decorriam na Finlândia.
Sublinhe-se, a propósito, que a deslocação de Soromenho a Helsínquia só foi possível com o incentivo e o apoio decisivo do dr. Armando Rocha, então Director-Geral dos Desportos, homem da causa desportiva e um amigo do CNID. Após Abril de 1974, Armando Rocha desempenhou funções, ainda, como presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB).
Num texto por mim recolhido, meses antes de Fernando Soromenho falecer, e por ele ditado, na sua casa da Parede (concelho de Cascais), é bem visível o entusiasmo e a dedicação, sem limites, à causa do Jornalismo dos cabouqueiros da nossa Associação.
O reconhecimento público da existência profissional dos jornalistas portugueses, que trabalham na área do Desporto foi alcançado, assim, a nível nacional e internacional. Com muito suor, com algumas lágrimas também, muito esforço e persistência e uma luta consequente contra os escolhos impertinentes que a sociedade retrógrada de então colocava a cada passo de sucesso, colectivo e solidário!.
Num curto espaço de tempo foram atingidas, no entanto, metas julgadas inacessíveis. Ultrapassadas também com a ajuda e a compreensão necessárias, de gente de boa fé e melhor esclarecida. Foi possível, então, garantir uma grande vitória na empreitada através
de duas acções finais, muitíssimo importantes: