Parada de Estrelas
“Agora, também sou jornalista. Por isso, percebo bem as vossas dificuldades, melhor do que quando jogava. Faço um apelo a jogadores, treinadores, dirigentes, para que tentem manter uma boa relação com os jornalistas. Quando a este prémio, recebo-o com muita emoção e tem para mim enorme significado. O CNID premiou-me algumas vezes como jogador do ano mas, desta vez, trata-se de recompensar a minha carreira e vai ocupar um lugar de destaque na minha galeria de recordações”. Emocionado, sem tentar, sequer, disfarçar o que lhe ia na alma, João Vieira Pinto, o primeiro dos três distinguidos que subiu ao espectacular palco do Fórum Telecom, recebeu o Prémio Carreira das mãos de Nuno Madureira, dirigente do CNID e de Vítor Serpa, director de “A Bola”.
Pedro Pauleta, um caso singular de sucesso por nunca ter jogado no escalão principal do futebol português e ter sido, por exemplo, em duas ocasiões consecutivas, considerado o melhor jogador do campeonato francês e “artilheiro” da competição, bem à sua maneira, não se esqueceu dos amigos e da família. E aproveitou a presença na sala de uma personagem especial: “ No meio de todos estes agradecimentos, não me posso esquecer do Jorge Andrade, que está aqui e muito me ajudou na Selecção Nacional. O prémio honra-me e nunca o esquecerei. O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, e Paulo Luís de Castro, membro dos Corpos Sociais do CNID, entregaram o troféu ao açoreano, o homem que destronou Eusébio do trono destinado ao melhor marcador da história da Equipa de Todos Nós.
Finalmente, Luís Figo subiu ao palco para receber das mãos de Luís Avelar, administrador da Portugal Telecom e de Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, a recompensa por muitos anos de esforço e dedicação, com enorme talento à mistura, a esse desporto arrebatador que é o futebol. E não poupou as palavras: “ O CNID premiou-me muitas vezes, quando era jogador. Mas, desta vez, o significado é outro. Decidiram premiar a minha carreira, onde ao longo de muitos anos sempre tentei fazer o melhor nos clubes donde passei e na Selecção Nacional”.
Após a cerimónia, conduzida pelo presidente do CNID, António Florêncio, os três antigos internacionais foram de uma disponibilidade total com os jornalistas presentes, talvez por terem “tomado a decisão” de não terem pressa na casa emprestada do CNID…
Falaram, riram-se, confraternizaram com os amigos presentes,casos de Dimas, Carlos Xavier, do já referido Jorge Andrade e de Afonso de Melo ou Rui Dias, homens da escrita que acompanharam as suas carreiras.
E, a dois dias do Portugal-Hungria, não se esqueceram da Selecção Nacional, a atravessar um dos momentos mais delicados da sua
história recente. Reconheceram as dificuldades mas lembraram que é nesses momentos que se assinam as maiores proezas. E houve quem dissesse, com a saudade atrás da porta: “Davam um jeitão no sábado!”.