O jornalista Carlos Matias Arsénio faleceu aos 76 anos, na madrugada deste sábado,10 de Novembro 2012, no hospital de Santarém.
Carlos Arsénio, nascido na vila ribatejana da Golegã, a 25 de Maio 1936, fez o seu percurso profissional com mais de 50 anos no jornal “Record”.Após a aposentação manteve-se naquele diário desportivo com uma colaboração permanente.
Apaixonado pela causa da arbitragem, no futebol em particular, dedicou muito do seu tempo e grande parte do seu trabalho à análise e pesquisa de matérias relacionadas com a dignificação do sector e a melhoria das condições dos árbitros, em favor da verdade desportiva.
Associado do CNID, manifestou sempre um interesse especial pela nossa vida associativa e respondeu presente, com frequência, aos convites que lhe chegavam, partilhando connosco muitos dos eventos que fomos realizando.
Ribatejano de alma e coração, oriundo da Golegã como referimos, Carlos Arsénio viajou para Lisboa aos seis anos de idade com seus pais, fixando-se no bairro de Campo de Ourique onde, aliás, aprendeu as primeiras letras.
Com o amor dividido entre o Ribatejo do nascimento e a capital de residência, Carlos Arsénio ultrapassou mais tarde essa divisão sentimental deixando dois registos em livro, muito interessantes do ponto de vista histórico: “Ribatejo – terra de Campeões (1892-2008)” e “Campo de Ourique-Bairro de Campeões” (publicado em Julho 2009, numa edição da Junta de Freguesia de Santo Condestável (Impressão e acabamentos – Imprensa Municipal de Lisboa).
A RÁDIO… ANTES E DEPOIS DO JORNAL
Antes de se dedicar ao jornal “Record” Arsénio teve uma incursão pela rádio colaborando nos programas “Vozes de Portugal” e “Onda Desportiva” na companhia de prestigiados nomes como Artur Agostinho, Alves dos Santos e Fialho de Gouveia (todos já falecidos, sendo que os dois primeiros foram sócios fundadores do CNID).
Algum tempo após o Movimento Libertador do 25 de Abril 1974 Carlos Arsénio, sempre disponível, colaborou na “Rádio Record”, uma iniciativa bem sucedida a que os então Emissores Associados de Lisboa se associaram.
Carlos Arsénio praticou basquetebol no histórico Clube Atlético de Campo de Ourique (o eclético CACO com brilhantes hoquistas como Matos,Vaz Guedes, Bernardino, Sidónio e Olivério Serpa ou Vasco Velez) tendo conquistado o título de campeão de Lisboa, em júniores, e depois competindo na fase final do Campeonato Nacional de Basquetebol.
Mas o seu nome ficou também ligado ao “Desportivo Domingos Sávio”, onde um dos seus netos,a liás, pratica futebol. O DDS,clube de formação, na freguesia de Santo Condestável, alfobre de alguns conhecidos futebolistas profissionais, fruto do trabalho consistente dos padres Salesianos, também no bairro de Campo de Ourique. O DDS homenageou Arsénio com a respectiva medalha de Mérito Desportivo, em 2005 e, em 2008, designou o tradicional torneio da Páscoa, reservado a equipas jovens de futebol, como Torneio “Carlos Arsénio”.
Ao longo da sua longa carreira profissional Carlos Arsénio recebeu várias distinções, como reconhecimento da sua entrega ao jornalismo e às causas que abraçava sem desfalecimentos. Salientamos,por exemplo, a Medalha de Mérito Desportivo outorgada pelo Governo Português, em 2004, mas também o Prémio Ribeiro dos Reis (Secretaria de Estado do Desporto), Prémios José Maria Pedroto e Fernando Vaz (Associação Nacional de Treinadores). A Associação de Árbitros de Futebol, por seu turno, concedeu-lhe em data mais recente o título de Sócio Honorário..
À sua esposa e restante família o CNID transmite os votos de sentido pesar.