Jornalista do diário desportivo Record integrou o grupo fundador do CNID tendo desempenhado, mais tarde, as funções de Secretário-Geral
Faleceu em Almada, na sua casa, aos 93 anos, o jornalista Mendonça Ferreira, num domingo de Outubro, dia 20. Ele integrou o grupo fundador do CNID, em 1966, associado número 5, tendo mais tarde desempenhado as funções de Secretário-Geral da nossa Associação, cuja actividade acompanhou sempre com muito carinho. Foi o debilitar do seu estado de saúde que o impediu, aliás, de partilhar por mais tempo o convívio que fazia questão de manter connosco. Apesar disso, uma lucidez assinalável guiou-o até ao momento de nos deixar. João Carlos Mendonça Ferreira nasceu em Angra do Heroísmo (Arquipélago dos Açores),em 26 de Setembro 1921 e o “vício” pela escrita que acalentou desde jovem não só se expressou em prosa como também teve vida em verso. Até lhe chamaram, um dia, de “poeta do povo” (memória guardada em livro), ele que na popular “Gazetilha” dada à estampa por Record, usava o pseudónimo de “João de Lisboa”.Foi no jornal regional “A Canção do Sul” que Mendonça Ferreira começou o seu longo percurso profissional tendo ingressado, a seguir, nos quadros do Record, no ano de 1964. Entre 1950 e 1959 passou pela rádio, em Moçambique e, aqui, também colaborou no jornal diário de Lourenço Marques, hoje Maputo, cidade-capital, após a independência.
A reportagem no Record trouxe-lhe o reconhecimento com alguns prémios, a maioria dos quais justamente conquistados nas chamadas “modalidades”, área mais atenta da sua intervenção, sendo certo que o “vício do jornalismo”, como ele próprio definia a actividade lhe permitiu entrevistar, por exemplo, Amália Rodrigues e o príncipe do Mónaco, Rainier.
A D. Maria Luísa, esposa de João Carlos Mendonça Ferreira, a seus filhos Joana e Gonçalo, restante família, e ao jornal Record o CNID transmite os mais sentidos votos de pesar.