TREINADORES PORTUGUESES PROJECTAM NOME DE PORTUGAL

O treinador no evento, com dirigentes FPF

Os selecionadores de Portugal e da Grécia, Paulo Bento (D) e Fernando Santos, participam na 3.ª Edição do Fórum do Treinador de Futebol/Futsal, 25 de março de 2014, na Maia. ESTELA SILVA / LUSA

Quanto à formação de treinadores, propriamente dita, a ANTF dispôs, entretanto, de trabalho anterior, frutuoso, desenvolvido em conjunto com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ),presidido por Augusto Baganha e com a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude (SEDJ), tutelada por Emídio Guerreiro.

Registe-se, a propósito, que o adjunto do SEJD, Paulo Marcolino foi presença assídua nos dois dias em que este Fórum decorreu, na Maia, e Emídio Guerreiro, por seu turno, fez questão de saudar a iniciativa “in loco”, durante a sessão de encerramento. Mário Figueiredo, presidente da LPFP e António Oliveira, antigo seleccionador nacional e actual presidente da Assembleia Geral da ANTF também tiveram ensejo de se dirigirem ao auditório. O engº Eduardo Madeira, vice-presidente da AFP, e Walter Gaag, presidente da Associação Europeia de Treinadores, por seu turno, já o haviam feito na sessão inaugural. Registo ainda para a presença do prof. José Curado, presidente da Associação Nacional de Treinadores de  Basquetebol e vice-presidente para a Europa do International Council for Coaching Excellence (ICEE).

 

Jesualdo, Garganta, Vitória Machado e Jardim comunicaram bem

No âmbito da  Formação Contínua dois dos painéis  propostos trouxeram ao debate, muito participado, matérias como “Desenvolvimento dos Jogadores de Base” (para cursos grau I e II) e “Tendências Técnicas das Ligas Profissionais em Portugal” (Seminário UEFA/PRO para cursos graus III e IV). Estes painéis foram conduzidos por Arnaldo Teixeira e Silveira Ramos, respectivamente. Os formandos inscritos,  a maioria jovem, recebeu “créditos” pela participação neste Fórum e regressou entretanto à sua actividade diária com um diploma comprovativo.

No lançamento deste evento o jornalista da Antena 1 Alexandre Afonso manteve um diálogo vivo com o treinador Jesualdo Ferreira que deixou ao auditório notas muito interessantes da sua vasta, diversificada e bem sucedida experiência profissional na FPF e/ou nos clubes, tendo passado, também, pela docência no ISEF (antigo INEF).

Outro momento que agitou de interesse o Fórum da Maia foi o painel subordinado ao tema “Rendimento e Alto Rendimento no Futebol” com intervenções bem documentadas por parte do prof.universitário Júlio Garganta e pelos treinadores do Clube Desportivo Nacional da Madeira,prof. Manuel Machado e do SCP, Leonardo Jardim. Voltou o jornalista Alexandre Afonso,neste caso,a assumir as funções de “pivot” ou,se quisermos, de moderador.

Entretanto o treinador do Vitória de Guimarães,Rui Vitória, dirigiu, no relvado do Estádio Municipal da Maia, uma sessão de treino,com muitos dos seus pares na bancada, como foram os casos de Manuel Cajuda,Paulo Alves,João Alves,Manuel Pedro Gomes,Domingos Paciência,Prof.Neca, Carlos Brito,José Alberto Costa,Bernardino Pedroto,Secretário,Manuel Barbosa (adjunto de Jaime Pacheco).”Treinar em função do Rendimento Superior” foi a designação adoptada para esta actividade formativa.Ao treinador Rui Quinta coube, por sua vez, matéria como “Treinar em contextos competitivos elementares”.

 

Fernando Santos e Paulo Bento com “Fair-Play”

Outros dos painéis que suscitou grande expectativa, “a priori”, foi o que consagrou “O Treinador no Contexto da Selecção Nacional” com as participações relevantes de Fernando Santos, seleccionador nacional da Grécia, e de Paulo Bento, seleccionador nacional de Portugal, bons amigos, tendo ambos manifestado um profissionalismo e um “fair-play”, dignos do maior apreço.

Faltou à chamada o terceiro técnico português, presente no “Mundial” do Brasil, Carlos Queirós, (segunda fase final Mundial para ele, ao serviço de equipas nacionais diferentes).Segundo a organização, Queirós, confirmado antecipadamente, teve de se deslocar para outras paragens, à última hora, ao serviço do futebol iraniano, cuja selecção nacional comandará no Brasil 2014.

O jornalista da RTP, Carlos Daniel, orientou este painel com sabedoria e mestria.

 

São quase 200 a trabalhar no estrangeiro

O encontro dos treinadores portugueses com experiência no estrangeiro, num debate moderado pelo jornalista da RR, Pedro Azevedo, foi outro dos espaços sugestivos desta iniciativa da ANTF.

Atente-se no facto de, segundo o presidente da ANTF, José Pereira, serem 173 os treinadores portugueses que nesta data se encontram a trabalhar na diáspora e/ou noutras paragens do Globo, onde o futebol colhe admiradores.

Quer isto dizer, como ficou amplamente sublinhado, que o treinador português de futebol é, e tem sido, um dos agentes decisivos na projecção do nome e dos valores de Portugal no Mundo e um importante veículo na divulgação e defesa das qualidades intrínsecas do nosso futebol.

Daí que Henrique Calisto (Vietnam),Jaime Pacheco (Espanha, Arábia, China) e Helena Costa (Qatar e Irão, criado o futebol feminino de raiz) não se tenham coibido, ao longo de esclarecedoras exposições, nos apelos veementes aos outros agentes do futebol português, responsáveis pelo mesmo, no nosso País, para que “não deitem a perder”, alguma da boa imagem  externa do nosso futebol que os treinadores nacionais têm projectado além fronteiras. Com trabalho, perseverança, espírito universal, sacrifício, enfim… com uma marca evidente de competência! O treinador hoje, de há um tempo a esta parte, é um gestor de saberes e de conhecimentos multidisciplinares.

 

Joan Bosch e a Formação de Elite no Futebol Clube Barcelona

O Director de Metodologia do F.C.Barcelona, Joan Vilá Bosch deslocou-se à Maia com toda a “artilharia” videográfica catalã para explicar, ao pormenor, a forma de trabalhar do seu clube, no painel intitulado “Futebol – Formação de Elite”. e que contou, também, com as intervenções dos profs. João Santos e Bento Valente, coordenadores na área da Formação do SLB e do SCP, respectivamente.

Uma ideia-força, comum, ficou desde logo assumida. Não será correcto, nem proveitoso, “esmagar” o talento nato dos jovens que frequentam as Academias do Futebol de Formação por imperativos tácticos ou meramente desportivos. “Formar a ganhar”, sim, mas sem “agredir” a criatividade das jovens futebolistas.

Outra nota que acabou por corroborar, aquilo que já se sabia, é que nos Centros de Formação do Seixal (SLB) e de Alcochete (SCP) os conceitos, a metodologia e a prática  estão muitos próximos do desenho traçado por Joan Bosch. E os objectivos são iguais. Formar atletas, formando homens, visando a identidade competitiva do clube e a defesa da identidade institucional.

E na actualidade portuguesa surgem em evidência, por exemplo, os 10 jovens formados no Seixal que integram a selecção de Sub-17 que se apurou para a fase final do respectivo “Europeu”, em data recente. O número elevado de jovens emergentes na equipa B do SLB, com capacidade técnica acima da média e a presença dos juniores da equipa da Luz na final em Turim, relativa ao torneio europeu desta faixa etária, com a congénere do Real Madrid, após um percurso de grande sucesso na fase de grupos. O número de jovens que tem saído de Alcochete para o estrangeiro e a qualidade de alguns que formam a espinha dorsal da equipa sénior do SCP. E o trabalho também positivo que é tradição no FC Porto. E muitos outros clubes e Associações que ao futebol de Formação têm dedicado o melhor que sabem e o melhor que podem.

 

Futsal em evidência

O futsal, como se sabe, é uma variante do futebol em fase de crescente desenvolvimento no nosso País e assim sendo a FPF, a ANTF e outros agentes não descuram dos aspectos fundamentais relativos à formação de treinadores.

Na Maia estiveram Venâncio Lopez e Jorge Braz, seleccionadores nacionais de Futsal, de Espanha e de Portugal, respectivamente; os docentes universitários Bruno Travassos e Luís Miguel Oliveira; e os treinadores da modalidade Paulo Fernandes e André Teixeira.

Não menos importante, bem pelo contrário, foi a palestra do ortopedista Helder Pereira que se muniu das modernas ferramentas tecnológicas, e da sua facilidade de comunicação, para prender a atenção de quantos o ouviram com muito interesse, pese a especificidade do tema abordado “Prevenção de lesões no joelho e  tornozelo: importância do treino”.

Acresce sublinhar que o CNID correspondeu ao amigo convite da ANTF e esteve representado na Maia por Murillo Lopes, secretário-Geral da nossa Associação.