O Simpósio Internacional de Jornalismo Desportivo integra o programa comemorativo dos 50 anos da fundação da Associação dos Jornalistas de Desporto e já esteve em destaque, ao longo do dia 23 de Novembro 2015, no acolhedor e funcional auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL),espaço disponibilizado para o efeito, ao CNID, pela Câmara Municipal da Lisboa (CML).
As “Relações dos Jornalistas Desportivos com os seus interlocutores” foi um dos dois temas que dominou esta iniciativa, subordinada à proposta genérica “A Ética no Desporto e nos Média”, e que proporcionou comunicações de elevado nível e consequente debate vivo, num painel em que intervieram: Vítor Serpa, director do diário desportivo “A Bola”, de “A Bola TV” e presidente da Assembleia Geral do CNID-AJD; José Manuel Meirim, jurista, especialista em Direito Desportivo; Arno Vermulen, director do departamento de Desporto da NOS — televisão estatal holandesa – e António Florêncio, presidente da Direcção da nossa Associação.
António Magalhães, director do diário desportivo “Record” e vice-presidente do CNID-AJD, foi incumbido de moderar este painel, participando também, sempre que o entendeu, com notas da sua vivência profissional.
Intervenções, todas sem excepção, com conteúdos de assinalável interesse, nomeadamente nos casos de José Manuel Meirim, com uma perspectiva fora da profissão, estruturada mas até polémica, e do jornalista holandês Arno Vermulen, a visão de um profissional experiente, visão e experiência exteriores, naturalmente, à realidade vivida em Portugal e, por isso mesmo, enriquecedoras para os profissionais portugueses.
O conflito que não criámos
a lei de que não abdicamos
António Florêncio e Francisco Paraíso, presidente e presidente-adjunto do CNID-AJD, aproveitaram então o momento para reafirmarem a determinação dos dirigentes da nossa Associação em não permitir, pelos meios legais ao seu alcance, que a nova Direcção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) imponha, ilegalmente, aos fotojornalistas o uso de coletes produzidos pela própria LPFP com inscrições publicitárias alusivas aos seus patrocinadores.
As leis em Portugal que regem a profissão impedem que os profissionais da Comunicação Social sejam veículos divulgadores de conteúdos publicitários, sob pena da perda imediata do título profissional.
Conforme se pode ler, a propósito, num comunicado da nossa Direcção, com data de 19 de Agosto 2015: “O CNID não aceita os novos coletes que a LPFP entendeu distribuir para a época 2015-2016 onde constam menções publicitárias”. E esclarece: “A LPFP decidiu, inesperadamente, e de forma unilateral, prescindir do ‘colete único’ utilizado desde 2007, resultante de um protocolo assinado entre o CNID-AJD e a LPFP, presidida então, por Hermínio Loureiro”. Em data posterior, aliás, aderiram, rubricando protocolos semelhantes, várias entidades do Movimento Associativo Português como sejam o COP e as Federações de Andebol, Atletismo, Automobilismo e Karting, Basquetebol, Corfebol, Futebol e Voleibol.
E enquanto decorrem negociações, iniciadas pelo CNID-AJD, e continuadas pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), para a eliminação das inscrições publicitárias que figuram nos coletes distribuídos aos fotojornalistas pela LPFP, verificou-se que a UEFA “tem seguido pelo mesmo caminho” e, por isso, o CNID-AJD já informou a AIPS (Associação Internacional da Imprensa Desportiva), de que é sócio, e representante em Portugal, e fez um “pedido de esclarecimento” à UEFA.
Não queremos conflitos, não os criamos, mas os dirigentes do CNID-AJD não vão abdicar da luta pelo cumprimento da lei e da defesa dos jornalistas portugueses, neste caso concreto dos profissionais da área do Desporto.
Um tema abrangente
O primeiro painel que compôs este Simpósio Internacional de Jornalismo Desportivo, ocupou toda a manhã daquele dia 23 de Novembro 2015, e subordinou-se ao tema muito abrangente da “Ética Desportiva”. Muito abrangente porque o “fair-play” e as boas práticas da lealdade, da solidariedade e do companheirismo emanam da sociedade onde nos integramos e na qual o Desporto, é público e notório, terá de ser um suporte de vida, quase decisivo.
Augusto Baganha, presidente do IPDJ, José Manuel Constantino, presidente do COP e Jorge Máximo, Vereador do Desporto da CML, discorreram, com reflexões de vários ângulos e matizes, sobre a matéria em apreço, valorizando o tema proposto e proporcionando um bom debate com os presentes.
Moderou António Florêncio, presidente do CNID-AJD, que, entretanto, leu e traduziu em simultâneo a comunicação de Gianni Merlo, presidente da AIPS, ausente da sessão por motivo de doença.