Sérgio Pratas, jurista, com uma pós-graduação em Economia Social no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), vice-presidente da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD) apresentou publicamente no auditório número 1 da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) o seu mais recente trabalho de estudo e reflexão, em livro, intitulado “Um outro olhar sobre o Associativismo Popular”.
O evento, integrado na cerimónia de assinatura de um protocolo de cooperação entre a CPCCRD e a UAL (representada pelo arquitecto prof. Dr. Pancada Correia), atraiu convidados de várias origens e funções públicas e privadas, dirigentes associativos de diversos pontos do País, os filhos e outros familiares do autor, em número tão expressivo que a plateia do referido auditório universitário esgotou, por completo.
Além do CNID-Associação dos Jornalistas de Desporto, representado pelo secretário-Geral Murillo Lopes compareceram representantes do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), da Confederação do Desporto de Portugal (CDP), da Academia Olímpica de Portugal (AOP) e da Câmara Municipal de Lisboa (CML).
Papel histórico contra a ditadura
A importância da aludida Confederação, no tecido social, continua a ser, hoje, muito significativa, agora no quadro democrático vigente. Nesta data, segundo o presidente Augusto Flor, o Associativismo Popular acolhe 30 mil instituições que movimentam cerca de 425 mil dirigentes (voluntários, benévolos e eleitos) e um volume de quase três milhões de associados.
É histórico, aliás, o papel determinante que as Colectividades populares de Cultura, Recreio e Desporto desempenharam no combate permanente aos constrangimentos político-sociais vividos durante a ditadura do Estado Novo.
Será curioso reportarmos, então, uma reflexão de António Sérgio, figura cimeira do movimento cooperativista português, que reza assim:
“A democracia política e a ´democracia económica pressupõem-se reciprocamente` e as imperfeições da democracia política resultam, em grande parte, ´de não haver a social`”.
Para a jurista e dirigente associativa Maria João Santos “este estudo” de Sérgio Pratas, com toda a “seriedade” que ” lhe é reconhecida” pelos seus pares “configura”, sobretudo, “mais um meio para combater o preconceito no que ao associativismo popular diz respeito”, sendo certo que “o preconceito combate-se com conhecimento e com a divulgação desse conhecimento”.
Guilherme da Fonseca, juiz Jubilado do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal Constitucional (TC) também nos deixou notas interessantes no Prefácio “a três mãos” deste livro. Escreveu o juiz Jubilado, a propósito: “Conheci o autor, em Lisboa, há mais de vinte anos, quando andámos por vários locais, em defesa da Constituição da República Portuguesa (CRP) e do Estado social que ela consagra, em especial o capítulo dos direitos dos trabalhadores, incluindo aí o movimento associativo popular.” E foi por essas “andanças” que Guilherme da Fonseca concluiu da “sensibilidade e da dedicação” de Sérgio Pratas “para estes temas”. Mas também “da sua batalha para conseguir êxitos no estudo e tratamento…. de uma realidade social ainda pouco estudada e pouco conhecida” igualmente nas palavras “certeiras do Autor” – sublinha com ênfase o referido magistrado.