Mesmo discordando dos métodos
CNID ACEITA EMPENHO E EXPLICAÇÔES
DE FIGURAS GRANDES DO JORNALISMO
A seu tempo, o CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto, tornou público o seu repúdio relativamente à forma como foi organizado o 4º Congresso dos Jornalistas, com início marcado para o próximo dia 12, no cinema São Jorge. Fomos ignorados de uma forma inacreditável e manifestámos a impossibilidade de colaborarmos num evento que, embora necessário, não respeitou as mais elementares regras da solidariedade e do respeito por uma Associação condecorada, com cinquenta anos de existência e por onde passaram, quase sem excepção, todos os grandes nomes do jornalismo desportivo português.
Todavia – e depois dos pedidos de jornalistas como Maria Flor Pedroso, Mário Zambujal, Eugénio Alves ou Cesário Borga, para mencionar apenas alguns deles -, o CNID resolveu aceitar o pedido para estar presente, tendo em atenção os interesses de uma classe que não queremos ver (ainda) mais dividida e, naturalmente, dos profissionais que cada vez mais vêm sua profissão mais complicada, precária e difícil.
Teremos dois altos dirigentes, Vitor Serpa e António Magalhães, presentes num painel moderado por Adelino Gomes, na certeza de que o evento será valorizado e terá mais interesse.
Transcrevemos, na íntegra, o texto enviado à jornalista Mario Flor Pedroso, presidente da comissão organizadora:
Cara Maria Flor Pedroso,
Dando seguimento às conversas que temos tido, extensivas aos directores de “A Bola” e do “Record”, Vitor Serpa e António Magalhães, respectivamente, presidente da Assembleia Geral e vice-presidente da direcção do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto, venho informá-la do que foi deliberado em relação à nossa presença no próximo Congresso dos Jornalistas, que nasceu torto, como tive ocasião de lhe dizer na altura própria. Repito que o tratamento que foi dispensado ao CNID – como se não existisse! -, não tem cabimento num país democrático. Aliás, a vossa reação ao que vos dissemos no momento próprio, veio reforçar a razão que nos pertence.
O CNID vai lá estar. Esta decisão deve-se aos esforços feitos por quatro jornalistas de grande prestígio: Mário Zambujal, Eugénio Alves, Cesário Borga e, porque os últimos são, quase sempre, os primeiros, à sua ilustre pessoa. E esses vossos esforços contrastam com o silêncio ensurdecedor do Sindicato dos Jornalistas…
E o CNID vai lá estar, igualmente, porque sabe que a esmagadora maioria da classe nada tem contra os jornalistas desportivos, antes pelo contrário. E, também, por julgarmos que as mulheres e os homens que se ocupam do que se passa no desporto, do futebol à mais modesta modalidade, são gente que deve ser ouvida. Ou melhor, que TEM que ser ouvida.
Desejamos-lhe êxito na espinhosa “efeméride” que se dispôs a pôr em pé. E, ardentemente, fazemos votos de que os jornalistas, numa fase da história em que parecem ter tudo contra si, aprendam e, por tabela, lucrem com o que se vai passar no cinema São Jorge.
Melhores cumprimentos do
António Florêncio
Presidente do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto
Lisboa, 4 de Janeiro de 2017