O professor Manuel Sérgio, sócio nº 19 do CNID/AJD recebeu do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, o colar de Honra ao Mérito Desportivo, distinção com que foi agraciado pelo Governo da República, no termo da homenagem nacional que lhe foi prestada, em ambiente de elevado reconhecimento público, cerimónia que teve por cenário a Assembleia da República (Sala do Senado), ao longo de seis horas (tarde-noite de 21 Março 2017).
Homenagem que envolveu um Colóquio Internacional sobre a obra e o pensamento relevante do humanista que provocou uma autêntica “revolução científica no conhecimento da Educação Física (Ginástica) e do Desporto”, contribuindo decisivamente para aquilo que os académicos sublinham como ” um corte epistemológico” e de onde surgiu o conceito singular de “motricidade humana”.
Manuel Sérgio Vieira e Cunha nasceu em Lisboa, no seu muito amado bairro de Ajuda-Belém, a 20 de Abril de 1933. Pensador, pedagogo, filósofo, professor catedrático, fundador e primeiro presidente do PSN, ex-deputado na Casa da Democracia, formador em iniciativas da Lusofonia, actual Provedor do PNED (Plano Nacional da Ética Desportiva. Licenciou-se em Filosofia, pela Universidade Clássica de Lisboa; presidiu ao Instituto Piaget, onde leccionou; assegura uma cátedra de Motricidade Humana, em São Paulo (Brasil) e é Doutor e Professor Agregado em Motricidade Humana, pela Universidade Técnica de Lisboa.
O brilho do seu pensamento ou a sua opinião livre, estão dispersos por muitas publicações em Portugal e por esse Mundo fora.
É autor e coautor de mais 40 livros, os últimos dos quais versando a temática da Ética Desportiva, são naturalmente imperdíveis.
O numeroso e diversificado painel de tributos que lhe foram transmitidos de viva voz, muitas vezes através de vozes embargadas, lágrimas a saltitar e quase sempre com o coração ardente, realçou bem da justeza da iniciativa e significou que a dimensão de Manuel Sérgio — do homem, do cidadão, do marido, pai e avô, do professor e do pensador– vai muito para além das opções partidárias, dos credos religiosos ou das múltiplas vivências de cada qual.
Correndo o risco de alguma falha, inadvertida, vale a pena, no entanto, registar, para os vindouros, o(a)s oradore(a)s que homenagearam o professor Doutor Manuel Sérgio, de viva voz, na Sala do Senado da A.R.. A saber: António Filipe, António Simões, Augusto Baganha, Aurélio Pereira, Jorge Carlos de Almeida Fonseca (presidente da República de Cabo Verde), Jorge Jesus, José Carlos Lima, José Couceiro, José Neto, Edite Estrela, Emídio Guerreiro, Francisco Louçã, Laurentino Dias, Nuno Delgado, Patrick de Carvalho, Rui Pedroto (filho de José Maria Pedroto), Sónia Paixão, Vítor Serpa.
E compareceram, ainda, Abrantes Mendes, António Oliveira (“Toni”), Henrique Calixto, José de Freitas, Lourenço Pinto, Murillo Lopes. além de professore(a)s caboverdiano(a)s que acompanharam, emocionado(a)s, nesta homenagem, o presidente Jorge Carlos Fonseca e, ainda, docentes brasileiras, oriundas de São Paulo. A Lusofonia, que Manuel Sérgio tanto tem acarinhado, fez-se notar a um nível elevado. Luís Filipe Vieira também se deslocou à A.R. para saudar o homenageado, antes do começo da sessão da tarde, impedido que esteve, por cumprimento de agenda prévia, de se manter na sala do Senado. João Gonçalves, ex-praticante de andebol, antigo jornalista da RTP, actual vice-presidente da Direcção do CNID, moderou um dos painéis de intervenções, na Sala do Senado da A.R., com empenho e sucesso.
Se a Casa da Democracia foi ambiente perfeito para este justíssimo tributo colectivo, será também justo evidenciar que as instalações da Fundação Gulbenkian foram cenário de privilégio para envolver a Conferência Internacional sobre a Vida e Obra de Manuel Sérgio. Numa Casa de Cultura e da Cultura, por excelência, este evento acolheu personalidades como Catarina Barosa, Guilherme Oliveira Martins, Gustavo Pires, Jorge Araújo, José Batista-Freire, José Eduardo Franco, Miguel Real, entre outras.
FOTOGRAFIA PNED