Ontem, na sessão ordinária do Conselho Nacional do Desporto, o presidente do CNID – Associação dos Jornalistas do Desporto, António Florêncio, informou os membros daquele órgão consultivo do Governo do arrastar da situação que opõe a Associação dos Jornalistas Desportivos à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que começou por proibir a utilização dos coletes do CNID nos encontros por si organizados, obrigando ao uso de outros com publicidade inserida, em choque com o que determina a lei portuguesa e, nomeadamente, o Código Deontológico dos Jornalistas. Há poucos dias, voltou à carga declarando unilateralmente a não aceitação do cartão do CNID para efeitos de concessão de acreditações para as suas competições, fazendo aprovar na sua Assembleia geral estas “novas” deliberações.
Sónia Carneiro, directora executiva da Liga justificou a decisão, na referida sessão do Conselho Nacional do Desporto, declarando, por um lado, que os fotojornalistas não revelaram preocupação por ostentar a referida publicidade – o que se estranha porque os referidos profissionais se manifestaram abertamente contra tal decisão –, acrescentando que, no caso da não aceitação do cartão do CNID, foi o Sindicato dos Jornalistas que informou a Liga que apenas aceitaria as matérias consagradas nos seus regulamentos e respeitantes à Comunicação Social se o CNID não fosse reconhecido como uma das entidades com competência para assegurar a emissão, pela Liga, de acreditações para os seus associados. Inacreditavelmente, depois de ter proclamado e ameaçado os nossos associados da retirada das suas carteiras profissionais se usassem coletes com publicidade inserida!
António Florêncio tinha há cerca de duas semanas, por razões de saúde, decidido cessar as suas funções na Associação dos Jornalistas de Desporto ao fim de doze anos e por força da sua idade avançada. Mas, em face desta nova situação provocatória e inesperada, continuará em funções até à desejada reposição da legalidade. O CNID pede aos jornalistas desportivos em geral que apoiem esta luta que se tem revelado desigual e movida por forças conhecidas que disfarçam mal as suas incapacidades e limitações, para não se falar de desconhecimento das regras em vigor.