81.º CONGRESSO DA AIPS: EM DEFESA DA INDEPENDÊNCIA DO JORNALISMO

CNID representado pelo presidente da Direção

Mais de 200 jornalistas a representarem as associações de mais de 100 países (incluindo o CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto) estiveram terça e quarta-feira (dias 9 e 10) reunidos em Bruxelas, no Teatro Clássico, no 81.º Congresso da AIPS – Association Internationale de la Presse Sportive (Associação Internacional da Imprensa Desportiva).

As preocupações com o negócio decrescente da Imprensa escrita, que se tem que reinventar, e as questões dos direitos televisivos versus direito à informação foram alguns dos temas em debate, sempre muito participado.

O CNID esteve representado pelo seu presidente, Manuel Queiroz, enquanto outro jornalista português, Jorge Ribeiro, ex-presidente do CNID, pariticipou na sua qualidade de membro de um dos comités da AIPS.


Há vários anos ligado a cargos dirigentes da AIPS, Jorge Ribeiro decidiu, por sua vontade, despedir-se em Bruxelas do cargo que desempenhava de “chairman” da Comissão de Finanças e entre 2005 e 2013 de membro do Bureau do Comité Executivo. O presidente da AIPS, o italiano Gianni Merlo, lamentou a sua saída após quase 20 anos de trabalho na associação que representa a Imprensa desportiva.

Em ano de “Mundial” de futebol, o congresso foi também uma plataforma para a FIFA explicar alguma da sua operação na Rússia (14 de Junho a 15 de Julho), em que a seleção de Portugal é uma das 32 equipas qualificadas. Massimo Busacca, o diretor do Departamento de Arbitragem, explicou nomeadamente o videoárbitro, uma novidade para grande parte das delegações, Hans Hultman, diretor de Media, falou sobre o que espera os jornalistas nessa grande prova futebolística (e que terá também uma peça à parte neste site).

A reunião teve a presença de jornalistas de todo o mundo e passou uma mensagem forte com a preocupação da defesa da independência do jornalismo num mundo em que as “fake news” ganham terreno.

“Há jornalistas de rádio e fotógrafos que têm sido impedidos de trabalhar em conferências de Imprensa” e Charles Camenzulli, de Malta, membro do Bureau da AIPS, disse: “Eles tentam manter os jornalistas calados mandado fotos “de borla”, feitas pelos seus fotógrafos. Mas onde está a independência? Onde fica o nosso trabalho? Temos que denunciar isto e lutar contra isto ou então dentro de dez anos não existirá este trabalho”.
Também David Naert, da Bélgica, um dos homens que ajudou a pôr de pé este congresso anual, falou da luta junto do Parlamento Europeu, com uma petição sobre as condições de jornalismo, pedindo mais denúncias de casos em que os jornalistas são impedidos de trabalhar.

Na terça-feira salientou-se a intervenção do diretor do diário desportivo espanhol Marca (ver texto) e na quarta-feira o fecho dos trabalhos deu-se com o Programa de Jovens Repórteres que a AIPS lançou há sete anos e que já deu oportunidade de melhoria a jovens de muitos países. Mas também foi apresentado o Oympic Channel (serviço de tv na internet da Comité Olímpico Internacional) e o próximo Campeonato do Mundo de râguebi.

Mais informação sobre o Congresso pode ser acedida no “site” da AIPS. Aqui, no “site” do CNID, iremos também divulgar aquilo que se apresenta como mais importante para os jornalistas desportivos portugueses.