Manuel Queiroz, presidente da Direção do CND, apresentou prioridades
[Foto: Luís Vieira]
O compromisso é com a verdade
Boa tarde a todos!
O CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto agradece muito a presença de todos nesta festa que se realiza em Braga pela primeira vez. E agradece muito a Braga Cidade Europeia do Desporto a forma como nos ajudou a erguer esta festa. Ao dr. Ricardo Rio, presidente da Câmara, à vereadora Sameiro Araújo e à Sofia Araújo o meu agradecimento muito especial.
Agradeço também a todos os premiados e homenageados nesta tarde, particularmente aos do desporto adaptado. A presença de todos é um sinal de que o desporto percebe a importância dos jornalistas.
O CNID procura hoje respostas novas para os problemas dos jornalistas que trabalham na área do Desporto. Porque os jornalistas não só têm que enfrentar uma enorme crise do negócio, nomeadamente dos jornais, uma grande transformação em geral dos meios e formas de comunicar. como enfrentam sinais de desprestígio, em grande parte por contágio de outras atividades e que os jornalistas não devem aceitar.
Nos cinco meses que leva no clube esta direção assinou os princípios da SIGA – Aliança Global para a Integridade do Desporto e ajudamos a SIGA a organizar a Conferência sobre Desporto, Integridade e Media, no Porto; assinámos hoje o acordo com a Associação das Cidades Europeias do Desporto, fomos ao Congresso da Associação Internacional de Imprensa Desportiva e à Gala dos Jornalistas Desportivos Britânicos – constatando que os problemas são parecidos -, estabelecemos uma nova relação com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional e procurámos ser uma voz em defesa dos jornalistas. E temos a ideia de criar o site Campeões de Portugal como repositório de todos os campeões de todas as modalidades, uma informação que hoje não está sistematizada.
Há muito mais que queremos fazer nos quatro anos de mandato e desde já agradeço ao IPDJ – Instituto Português do Desporto e da Juventude o apoio que tem prestado ao CNID, como quero agradecer à Federação Portuguesa de Futebol, à Liga e a tantas outras federações desportivas e instituições do sector que não têm dúvidas sobre a importância que o jornalista tem para o fenómeno desportivo. O jornalista que percebe o fenómeno, mas que sabe também que para se ter uma boa perspetiva sobre as coisas é preciso uma certa distância. É a capacidade crítica que define qualquer jornalista, no sentido de ser um informal escrutinador do poder. Temos que cantar as glórias, mas também as derrotas e as coisas menos boas que são inerentes á atividade humana. O jornalista tem que ser capaz de estar suficientemente próximo do acontecimento para o poder contar e ao mesmo tempo manter a distância de segurança para poder abarcar toda a sua complexidade. Porque hoje um jornalista que trabalha na área do desporto tem obrigatoriamente que procurar conhecimentos de desporto, sim, e de economia, de saúde, mas também da área da justiça e dos tribunais, ou de organizações internacionais.
O primeiro compromisso de qualquer jornalista é com a verdade e o segundo é com os cidadãos, não com os donos dos meios de comunicação ou com o Poder.
Queremos que os jornalistas que trabalham no desporto tenham acesso a mais formação e a mais informação, cá e no estrangeiro, que os possa ajudar a trabalhar melhor e a prestigiarem-se cada vez mais. Porque a internet é uma revolução, como foi a Imprensa ou a máquina a vapor, mas que impõe mais jornalismo e não menos jornalismo. As audiências são muito maiores, acabaram as barreiras e é cada vez mais necessário quem faça jornalismo que dê credibilidade e estabilidade a uma sociedade.
Os jornalistas portugueses batem-se bem com os seus colegas estrangeiros, devo dizer, mas nós queremos que sejam melhores. O CNID existe para isso.
Muito obrigado!