
Jacques Ferran, um dos grandes nomes do jornalismo francês e mundial, faleceu hoje, aos 98 anos. Foi chefe de redação do “L’Équipe” e um dos jornalistas que esteve na base da criação da Taça dos Campeões Europeus em 1955 (foi ele que redigiu o primeiro regulamento) e da Bola de Ouro da revista “France Football” (1956), onde também foi nome grande.
Com Jacques Goddet (diretor do “L’Équipe”), Gabriel Hanot (editor da secção de futebol) e Jacques de Ryswick, Ferran foi um dos pioneiros que perceberam como o futebol podia unir uma Europa saída de duas guerras.
Nascido em Montpellier, em 1920 Jacques Ferran entrou no “L’Équipe” em 1948 e foi um dos fundadores da União Sindical dos Jornalistas Desportivos Franceses (equivalente ao nosso CNID), em 1958, como foi também presidente da Comissão de Futebol da Associação Internacional da Imprensa Desportiva (AIPS), sempre preocupado em promover o reconhecimento da profissão.
Foi também um homem de letras, autor de várias conferências e livros, foi crítico de teatro (os seus filhos estão ligados ao espetáculo, de resto) e foi ainda um homem da ética desportiva, conseguindo também a criação do Comité de Fair Play da Unesco. Fundou igualmente a Associação Internacional contra a Violência no Desporto.
Tinha-se retirado em 1985, após a trágica final do Heysel, mas continuou sempre com outras atividades, lançando o Sportel, no Mónaco, convenção de media e marketing do desporto (Ferran era um grande amigo do Príncipe Rainier).