António Castro (na foto), jornalista, antigo presidente da Direção do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto (1975/1979), faleceu sexta-feira, em Lisboa, aos 84 anos. Foi ontem a enterrar.
A brilhante carreira profissional de António Castro ficou indelevelmente ligada ao “Diário de Notícias” (DN), onde desempenhou diversos cargos de chefia, nomeadamente, da Redacção e nas editorias de Desporto e de Fecho de Edição, com dedicação e competência dignas de registo
Natural de Lisboa, onde nasceu a 5 de Dezembro de 1935, António Castro chefiou a Redacção do jornal “Mundo Desportivo” (que entretanto deixou de se publicar, para seu profundo desgosto) antes de ingressar no “DN”.
O antigo presidente do CNID colaborou também com a “Gazeta dos Desportos”, nos primórdios de vida do trissemanário, liderado pelo jornalista e nosso associado Joaquim Queirós, respondendo pela instalação de uma Secretaria de Redacção à imagem da sua forte personalidade, da exigência e do rigor profissionais que colocava em tudo.
No CNID, António Castro deixou a marca de um homem bom, solidário, generoso, cuja afectuosidade e simpatia muito contribuíram para a integração de gerações mais jovens numa profissão aliciante mas de exigência severa e, por isso mesmo, de grande desgaste.
António Castro formou com os jornalistas Fernando Pires, Joaquim Castro e Viriato Mourão (já falecidos, também) um quarteto de amizade firme e de convívio salutar, “sui generis”. Eles foram príncipes da cidadania, pessoas socialmente prestigiadas e cultas, de quem muito nos orgulhamos pela camaradagem franca e leal, pelo exemplo e pela forma estimulante como ajudaram tantos a percorrer o caminho do Jornalismo responsável, pedra angular da sociedade democrática.
Em termos profissionais, António Castro assinou belíssimas peças de reportagem relacionadas com muitas das grandes competições do Desporto nacional e internacional e as suas crónicas ou textos de opinião revelaram sempre, também, não só a sua paixão pelo Desporto, como toda a gama multidisciplinar de conhecimentos sólidos que possuía nesta área. Estava sempre pronto para dissertar sobre a Vida, fosse caso disso, porque o seu espírito arguto assim o permitia.
Em tempo mais recente, António Castro publicou, no “DN” que tanto amava, um conjunto notável de trabalhos sobre as mais importantes competições do ténis mundial, que viveu “in loco”, num momento em que a modalidade ganhava adeptos e praticantes em Portugal.
Os corpos sociais do CNID expressam o mais profundo pesar aos familiares e amigos de António Castro, especialmente à esposa, Maria Castro, e aos filhos, Maria João Castro e Rui Castro.
Que descanse em Paz!
[Texto: Murillo Lopes / Artur Madeira. Foto: “DN”.]