Os galardoados com os Prémios CNID 2020

Rui Santos (60 anos) tem carreira longa e profícua. Com apurado sentido da notícia e um certo gosto pela polémica, pelo desafiar as consciências em muitas matérias, porque o Jornalismo também se faz de “agitar as águas”. Começou em A Bola, foi colunista do Record, ganhou audiências e notoriedade na SIC. É muitas vezes contestado, sinal de que a sua opinião tem peso no meio do futebol, a área a que dedicou toda a vida profissional. Nunca renegou o Jornalismo e sempre se assumiu como uma voz incómoda, que os poderes tinham e têm de escutar.

José Luís Gageiro dos Reis Moreira (45 anos), nasceu em Lisboa e radicou-se no Porto. Tem feito a carreira no desporto e não só. A sua arte e o seu gosto vão muito além de um tema único. Ligado ao diário desportivo Record desde 1998, tem mais de 20 anos de experiência em todos os desportos e em todos os géneros. É um repórter de grande flexibilidade, atento ao pormenor da notícia, à marca do contexto ou à beleza de um enquadramento natural. Tem construído uma carreira de qualidade, demonstrando também a capacidade de ajudar os outros, sobretudo os mais novos. Ou de ter o seu próprio projeto, como é hoje a Movenoticias, que dirige.

Rádio Hertz – Acompanha sempre os jogos do Sporting de Tomar em hóquei em patins, em casa e fora, o futebol da zona de Santarém, mas também todas as modalidades. Tem um “site” sempre em atualização. Existe desde 1983, o tempo das chamadas “rádios piratas”. As emissões regulares começaram em 1984, entrou na legalidade em 9 de junho de 1989. São mais de 30 anos de luta e de ligação à comunidade, sempre com grande atenção ao desporto. João Franco é o diretor de uma equipa que, se não é grande em número, tem grande coração. Paulo Pereira e Rui Bugalhão são os “homens do desporto”.

Rita Latas (27 anos) nasceu em Lisboa e cresceu em Évora. Foi jogadora federada de futebol e futsal durante 13 anos, tendo começado no Lusitano de Évora, em futebol, numa equipa masculina. É licenciada em Sociologia pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa e obteve o mestrado em Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Ainda durante os estudos universitários, publicou no site “Bola na Rede” e fez reportagens para a rádio “Desporto na Hora”. Profissionalmente, começou em A Bola TV e, em março de 2019, mudou para a Sport Tv. Em 2020 tornou-se na primeira portuguesa a narrar em direto um desafio do primeiro escalão do futebol profissional.

Murillo Lopes (76 anos) tem sido de enorme dedicação ao CNID, de que é secretário-geral. Jornalista reformado, depois de longa e profícua carreira, sobretudo nos jornais, generalistas ou desportivos. António Murillo Oeiras Lopes é incansável na forma como desprendidamente serve o CNID ou na relação sempre correta, leal e de ajuda desinteressada a todos os colegas. Continua a ser um exemplo para todos nós, uma força feita de coragem e de saber acumulado.

Maria Martins (21 anos) nasceu em Moçarria (Santarém) e foi Medalha de Prata no “Europeu” em eliminação, Medalha de Bronze em scratch e Medalha de Bronze no “Mundial” em eliminação. Uma excecional atleta de pista e de estrada e que logo nos juniores deu nota da sua classe em provas internacionais. Os resultados atuais fazem dela já uma das melhores atletas de sempre do desporto português e permitem antever que a carreira atingirá ainda outros pináculos. Neste ano tão estranho, Maria Martins é um raio de esperança.

Norberto Mourão (40 anos), atleta de paracanoagem do Sporting Clube de Portugal, depois individual, sagrou-se em 2020 vice-campeão mundial na prova de VL2 200 metros da Taça do Mundo, disputada em Szeged, na Hungria. Um ano antes, precisamente no mesmo local, garantira a primeira vaga de sempre da paracanoagem portuguesa nos Jogos Paralímpicos, os que estão previstos para Tóquio.

A União Velocipédica Portuguesa – Federação Portuguesa de Ciclismo é a mais antiga federação desportiva do pais, contando 121 anos. O presidente, Delmino Pereira, recentemente reeleito, esta à frente de uma organização que tem tido resultados excecionais nos últimos tempos, algo nunca visto nas outras modalidades, com títulos europeus e mundiais de jovens e de consagrados, masculinos e mesmo femininos, algo ainda mais raro. O ano de 2020 foi mesmo verdadeiramente excecional, com Daniela Campos, Maria Martins, Ivo e Rui Oliveira, Iuri Leitão ou João Almeida, Ruben Guerreiro ou Rui Costa, ou tantos e tantos outros. O Centro de Alto Rendimento de Anadia não pode ser dissociado deste conjunto de resultados, como não o pode ser o selecionador nacional, Gabriel Mendes.

José Manuel Constantino (70 anos), licenciado em Educação Física, foi professor do ensino básico (1973-1986) e docente universitário (1994-2002). Membro do Conselho de Fundadores da Fundação do Desporto (2001), presidente da Confederação do Desporto de Portugal (2000-2002) e do Instituto do Desporto de Portugal (2002-2005). Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (2016) e Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (2016). É presidente do Comité Olímpico de Portugal desde 2013. Hoje em dia é uma das vozes mais escutadas em Portugal sobre Desporto, sendo várias as intervenções relevantes durante o ano de 2020.