AIPS 1 / Camenzuli reeleito na Europa

Charles Camenzuli, de Malta, foi hoje de manhã reeleito presidente d AIPS Europa para um mandato de quatro anos com dois terços dos votos. A eleição foi feita no congresso que se realizou em Roma no âmbito do Congresso da AIPS mundial.

O outro candidato era Marc Ventouillac, de França, O jornalista do diário L’Equipe, que era apoiado pelo CNID, teve 13 votos, contra 26 do maltês mas praticamente não fez campanha. Por exemplo, não apresentou candidato a tesoureiro e a secretário-geral, pelo que os dois candidatos que vinham da direção anterior foram eleitos sem terem que se submeter a votação, o que foi um ponto que deixou muita gente surpreendida.

Não foi, de resto a única coisa surpreendente. Primeiro havia dúvidas na mesa se o mandato era de três ou quatro anos – a direção anterior esteve mais um ano ano do que devia, por causa do covid. Depois, apesar dos pedidos de vários delegados, não houve nenhum debate sobre as ideias breves que os dois candidatos apresentaram durante três minutos. Segundo a mesa, com o secretario-geral Pedrag Milinkovic a comandar, o certo era que a discussão que houvesse fosse no último ponto da Ordem de Trabalhos, já depois da votação. Não foi possível, assim, confrontar o presidente com a falta de qualquer comunicação ou relatório sobre o projeto Erasmus que aparentemente está em andamento mas de que nunca foi alvo de qualquer relatório. Ou sobre a promessa de um congresso da AIPS Europa de dois em dois anos, prometido agora. Ou sobre um suposto projeto que inclui o pagamento de bolsas para jovens jornalistas de três países – só aqueles, por acaso países que poderiam não apoiar o presidente que procurava à reeleição. E claro que, no fim, não houve tempo para discussão nenhuma, apesar dos pedidos.

Logo após a apresentação dos candidatos houve uma intervenção inflamada de Jean-Paul Savart, que acusou Camenzuli de mentir no seu programa. Em causa estava a petição que em 2015 foi apresentada pela AIPS ao Parlamento Europeu para que ficasse consagrado o direito de as organizações de média não terem que pagar para que os jornalistas possam fazer livremente o seu trabalho. Camenzuli disse que tinha tido um encontro oficial com Roberta Metsola, presidente do PE e maltesa, enquanto Savart respondeu que tinha ido apenas tomar uma bebida e que a petição estava há muito sem qualquer hipótese, infelizmente. E que Camenzuli nunca fez nada nesse processo ao contrário do presidente da AIPS, Gianni Merlo, que esse sim, tinha desde o início feito um esforço. Savart é um jornalista francés agora na reforma mas conhecido pelo seu ativismo em muitas áreas ligadas ao jornalismo, com muitos anos de serviço à AIPS. 

Os novos dirigentes da AIPS Europa são agora:

Presidente: Charles Camenzuli (Malta);

Secretario-geral: Murat Agca (Turquia);

Tesoureiro: Miltiadus Erodotos (Chipre);

Membros do Comité Executivo: Gianfranco Coppola (Itália), Michael Schubert (Austria), György Szöllősi  (Hungria), Nargiz Mahmudzada (Azerbaijão), Aspasia Velonaki (Grécia), Gasper Bolhar (Eslovénia),   Oleksandr Glivinsky (Ucrânia),Zurab Talakvadze (Geórgia), Najden Todorov (Bulgária).

Aleksander Ceferin, o presidente da UEFA foi o primeiro convidado do Congresso da AIPS (Associação Internacional da Imprensa

desportiva) que decorre até quarta-feira, dia 5, no Hotel Carpegna Palace em Roma.

Ceferin participou num debate em que o moderador era Gianni Merlo, presidente da AIPS. E o presidente da UEFA reiterou que equipas russas não entrarão nas competições europeias, de clubes ou seleções, ‘enquanto a guerra não estiver resolvida’.

Os delegados confrontaram Ceferin com casos de corrupção, mas a resposta foi que a Uefa ‘não tem

Meios de investigação, não é polícia, não pode fazer escutas’. Mas todos os casos são devidamente enviados para os canais competentes.