O Desporto esteve na Gala do CNID em Viana do Castelo

Luís Nobre, presidente da Câmara Municipal de Viana e João Paulo Correia, secretário de Estado da Juventude e do Desporto (Foto José Moreira)

A Gala do CNID 2023 encheu esta segunda-feira, dia 29 de maio, o Auditório Francisco Sampaio do Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo, este ano Cidade Europeia do Desporto. O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, o secretário de Estado  do DesportoJoão Paulo Correia foram alguns dos presentes, honrando uma festa que, de uma maneira ou de outra, se tem realizado sempre neste 57 aos de vida do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto.

O apresentador foi, como sempre, o Jornalista Júlio Magalhães, que conduziu a tarde com a maestria habitual. Na plateia estavam Vitor Dias (a representar o IPDJ), Rosa Mota, José Carlos Lima (Plano Nacional da Ética no Desporto), Carlos Paula Cardoso (Confederação do Desporto), Bernardino Pedroto (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), Rodrigo Cavaleiro (Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto), Tiago Madureira (Liga de Futebol), Helder Postiga (FPF), António Tunes (vice-presidente da Federação de Motonáutica), Sabrina Amorim (Associação Portuguesa para o Direito no Desporto), José Neves (Presidente da AF Porto), Giianfrancesco Lupatelli (ACES Internacional), Nuno Santos (ACS Portugal), Lopes Araújo, José Arantes, jornalistas como Jorge Maia, Vitor Pinto, Rui Orlando, Paulo Montes e muitos outros, advogados ligados ao desporto como Jerry Silva e Tiago Machado, Vanda Pego (Federação de Judo) e muitos outros

Paulo Sérgio, Presidente-adjunto do CNID, no uso da palavra (Foto José Moreira)

O primeiro orador foi o presidente-adjunto do CNID, Paulo Sérgio, que agradeceu o acolhimento que foi dado pela Câmara de Viana e todos os seus serviços, e focou sobretudo as dificuldades por que passam atualmente os jornalistas da área do Desporto. São tempos difíceis para o setor que é fundamental para o desporto.

Luís Nobre agradeceu a presença de todos os convidados e dos premiados e homenageados, muitos dos quais de Viana, de resto. Falou também da importância do

Júlio Magalhães a apresentar a Gala 2023 (Foto José Moreira)

desporto e dos desportistas, de como a Câmara tenta desenvolver as suas infraestruturas para as colocar ao serviço dos vianenses e não deixou de sublinhar a importância do Jornalismo para que os grandes e os pequenos feitos dos atletas sejam devidamente conhecidos em Portugal e no mundo.

 

Jorge Mendes e Henrique Calisto e, ao fundo, Prof. Vítor Dias, do IPDJ (Foto José Moreira)

João Paulo Correia agradeceu o convite do CNID e da Câmara e fez uma intervenção na qual destacou o que tem sido  atuação do Governo na área do desporto e da legislação que está preparada para sair a breve trecho. No combate à violência associada ao desporto, que tem sido um dos cavalos de batalha, na necessidade de haver mais dirigentes femininas nos clubes e nas federações (‘há apenas três senhoras presidentes de federações’), algo que também é uma luta da União Europeia. Falou da nova lei sobre as sociedades desportivas, em que os administradores vão ser submetidos a testes de idoneidade “para se detetarem incompatibilidades que não se podem admitir hoje, como agentes de jogadores’, e em que se pretende, nomeadamente, saber quem são os beneficiários últimos do capital investido. E também da preocupação com a integridade das competições desportivas, profissionais e não profissionais, que está ligado obviamente a contas sãs ou à idoneidade dos principais dirigentes.

 

 

 

Secretário de Estado preside segunda-feira à Gala CNID 2023 em Viana

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, vai presidir na próxima segunda-feira, dia 29, pelas 15h30, à Gala dos Troféus CNID 2023, que se realiza no Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo, no quadro da Cidade Europeia do Desporto.

Muitas personalidades confirmaram já a presença na cerimónia, como Bessa Tavares, Jorge Mendes, Iuri Leitão, Paulo Alves, a equipa de hóquei em patins do FC Porto entre muitos dos premiados, além de Rosa Mota, José Neves, José Lima, Gianfrancesco Lupatelli, Vitor Dias, Tiago Madureira, Henrique Calisto e muitos outros, como os diretores dos jornais desportivos  e todos os jornalistas premiados (impedido de estar apenas Carlos P. Santos por doença).

O auditório do Forte de Santiago da Barra, que ainda ontem, sexta-feira, recebeu o Presidente da República, receberá assim muita gente do Jornalismo e do Desporto numa tarde que será animada pela música de Dário Rocha.

Prémios CNID 2023 já são (quase todos) conhecidos

A Direção do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto, comunica os prémios que vão ser entregues a desportistas e a um agente na festa que terá lugar na próxima segunda-feira, dia 29, pelas 15h30, no Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo, este ano distinguida como Cidade Europeia do Desporto.

Nos Jornalistas  destaque para o prémio carreira que vai ser entregue a Bessa Tavares, e também o de Jornalista do Ano para Carlos Pereira Santos (O Jogo). Jorge Monteiro ´distinguido em Fotojornalismo, André Zeferino (Record) é a Revelação do Ano, Irene Palma (A Bola Tv) é distinguida na Televisão, o site Bola na rede no jornalismo online e Carlos Dias na Rádio. Pela primeira vez, o CNID sublinha a importância da figura do colaborador e do correspondente, figuras de grande importância para a Imprensa (e não só) distinguindo Carlos Veras, histórico correspondente de O Jogo em Chaves.

Sem surpresa, Auriol Dongmo, Pedro Pablo Pichardo e Fernando Pimenta são alguns dos desportistas premiados, onde se incluem também Iuri Leitão (ciclista que até é de Viana) e a Revelação é o nadador Diogo Ribeiro (Benfica), com resultados excecionais este ano. A equipa do Ano é a do hóquei em patins do FC Porto, recente campeã europeia precisamente em Viana, troféu que conquistou pela terceira vez na sua história, 33 anos depois da última vitória na prova.

No que toca ao futebol, modalidade que esteve na génese do CNID em 1966, os sócios, como é de tradição, votaram O Melhor Jogador da I Liga, que é Gonçalo Ramos (SL Benfica) e o Melhor Jogador da II Liga, cujo prémio será entregue a André Clovis, do Académico de Viseu.

O Treinador do Ano será, também como é de tradição, o vencedor do campeonato da I Liga, pelo que só se saberá no sábado ao princípio da noite se será Roger Schmidt ou Sérgio Conceição. Na II Liga não há dúvidas, é Paulo Alves, do Moreirense.

O Treinador Português no estrangeiro é outra vez Abel Ferreira (Palmeiras, Brasil) e o Jogador Português no estrangeiro é Rafael Leão, que foi campeão italiano e considerado mesmo o melhor do campeonato na última época.

Jair Silva (UD Leiria) é o distinguido na Liga 3, e Cloe Lacasse (SL Benfica) é naturalmente a premiada na Liga de futebol feminino.

Pela primeira vez, o CNID entrega um prémio a um empresário da área do desporto: Jorge Mendes recebe o Prémio Mérito Internacional, tendo em conta uma atividade de décadas a trabalhar na transferência de jogadores de e para o futebol português com um sucesso que se reflete no futebol português, dos clubes e das seleções.

De salientar também o extraordinário trabalho que está a ser realizado por Viana do Castelo Cidade Europeia do Desporto 2023, seguramente uma das melhores organizações que já foi feita neste âmbito, mobilizando atletas, treinadores, dirigentes e adeptos, desde o Fórum dos Treinadores, à Final Four da Champions de hóquei em patins, até às fases finais dos campeonatos nacionais universitários e muitos outros eventos que têm envolvido com grande alegria milhares de pessoas.

Lista dos Premiados 2023

– Atleta do Ano – Auriol Dongmo / Sporting CP

– Atleta do Ano – Pedro Pichardo / SL Benfica

– Atleta do Ano – Fernando Pimenta/ SL Benfica

– Atleta do Ano – Iuri Leitão/ Caja Rural

– Atleta do Ano – Diogo Ribeiro/ SL Benfica

– Equipa do Ano – Hóquei em Patins – FC Porto

– Treinador I Liga 2022-2023 –  ?

– Treinador II Liga 2022-2023 – Paulo Alves / Moreirense FC

– Melhor Jogador I Liga 2022-2023 – Gonçalo Ramos / SL Benfica

– Melhor Jogador II Liga 2022-2023 – André Clovis / AC Viseu

– Revelação I Liga 2022-2023 – António Silva / SL Benfica

– Melhor Jogador Liga 3 2022-2023 – Jair Silva / UD Leiria

– Melhor Jogadora Liga Feminina 2022-2023 – Cloe Lacasse / SL Benfica

– Treinador no estrangeiro – Abel Ferreira / SE Palmeiras

– Jogador no estrangeiro – Rafael Leão / AC Milan

– Prémio Mérito Internacional – Jorge Mendes

Jornalistas

– Prémio Carreira ‘David Sequerra’ – Bessa Tavares

– Televisão ‘Prémio Alves dos Santos’ – Irene Palma (A Bola Tv)

 – Rádio  “Prémio Artur Agostinho” – Carlos Dias (RR)

– Imprensa Escrita ‘Prémio Neves de Sousa’ – Carlos Pereira Santos (O Jogo)

– Fotojornalismo – “Prémio Nuno Ferrari”– Jorge Monteiro

– Imprensa Escrita Revelação – “Prémio Vítor Santos” – André Zeferino (Record)

– Colaborador/Correspondente – Carlos Veras (O Jogo)

– ONLINE – Site “Bola Na Rede”

Lisboa, 25 Maio 2023

A Direção

Compromissos da Ética Desportiva

O Código de Ética Desportiva, ferramenta pedagógica que orienta a dimensão ética no desporto português, foi apresentado em público, no Museu do Desporto, há oito anos (10 Julho 2014).
O documento em apreço, iniciativa do PNED (Plano Nacional da Ética no Desporto) sob a tutela do IPDJ (Instituto Português do Desporto Juventude) propõe, aos vários agentes que interagem no ambiente desportivo, normas de boa conduta, sugere boas práticas e defende o respeito intransigente por valores e princípios do espírito desportivo.
O “Compromisso com a Ética no Desporto” é um registo inovador deste Código de Ética, para o desporto português, ao serem consignados 15 “compromissos”, para cada um dos agentes desportivos e para-desportivos, como sejam os casos relevantes da tutela, dos
praticantes, dos Pais e dos encarregados de Educação, das escolas e das universidades, dos professores.
E, é óbvio, os “compromissos” que envolvem treinadores, árbitros, juízes, cronometristas, médicos e outros agentes de saúde. E ainda, também, gestores e/ou dirigentes desportivos, promotores de espectáculos desportivos, empresários desportivos, confederações, federações, associações desportivas,  clubes desportivos, colectividades de Cultura e Recreio, adeptos( público em geral).

Compromisso da
Comunicação Social

Em síntese,este ítem sublinha : o”tratamento adequado” dos assuntos jornalísticos com “objectividade” e pressupondo a “igualdade de direitos e obrigações de todos os agentes desportivos, e dos grupos em que os mesmos se enquadrem”; alude a que” não se deve distorcer ou esconder informação, relevante, sobre factos que atentem contra a verdade desportiva”; estimula o” fomento e divulgação das boas práticas, no domínio da ética desportiva”, estendendo essa acção muito para além da competição desportiva, abrangendo, salienta, “todas as áreas da vida que directa ou indirectamente, se relacionem com o desporto”.
O Compromisso do Código de Ética Desportiva, reservado aos “Meios de Comunicação Social”, reporta com ênfase a preservação da “vida privada de todos os agentes desportivos” referindo, a propósito, a não divulgação de “dados ou informações que aos mesmos digam estritamente respeito” e apela à reposição “da verdade dos factos, quando incorrectamente divulgados” pelas formas “mais amplas e  eficazes possíveis”.
No termo do mesmo é sugerida, entretanto, a criação de um “Compromisso de Ética Desportiva que será subscrito pelos responsáveis das entidades detentoras dos meios de comunicação social e pelos seus colaboradores”

Uma ampla participação

Parte  substancial deste importante  documento foi sustentada pelo Código da Ética no Desporto do Conselho da Europa (1992),numa reunião que decorreu em Rhodes. Foi então incentivado que cada Estado-membro criasse o seu o seu próprio Código de Ética Desportiva.
Como aqui mesmo se refere ,Portugal criou o seu próprio código, no ano de 2014. Para bem do Desporto português, em particular, e da nossa sociedade, em geral, seria bom que a partir deste documento os nossos actos, gestos e atitudes passassem a reflectir uma vontade de regeneração total das más práticas que por aí proliferam, infelizmente!
De resto, para a construção deste edifício que afirma e prestigia a cidadania foi constituído um grupo de trabalho específico, que, numa primeira fase projectou um “draft” o qual foi posteriormente disponibilizado, para análise e sugestões, de um numeroso grupo de
personalidades e de instituições envolvidas no fenómeno desportivo.
Foi, assim, um processo amplamente participado.

MURILLO LOPES

Congresso AIPS (3): Estatutos aprovados

Os novos estatutos da AIPS foram aprovados em Seul com uma esmagadora maioria – 65 dos 68 países com capacidade de voto deram o sim. A NoNoruega levantou o problema de não estar prevista a limitação dos mandatos e Marc Ventouillac, o francês que é membro francês do Comité Executivo, fez alusão à necessidade de se pensar na sucessão do atual presidente, Giani Merlo, que vai nos 75 anos.

Ainda assim, o debate permitiu perceber que a grande maioria das associações nacionais era a favor dos novos estatutos, pelo que a aprovação foi a reação óbvia.

Giani Merlo com o presidente dos jornalistas desportivos da Ucrânia em Seul

O Congresso ouviu ainda várias apresentações de provas internacionais – a Uefa apresentou o Europeu na Alemanha com o slogan ‘Unidos no meio da Europa’, a Unesco fez uma apresentação em que sublinhou o facto de o futebol profissional ter que caminhar para a sustentabilidade. O Mundial feminino da Nova Zelândia e da Austrália também mereceu curiosidade dos congressistas (e Portugal vai estar pela primeira vez na competição).

O presidente da AIPS entregou também um troféu à associação dos jornalistas desportivos da Ucrânia. Giani Merlo garantiu que a AIPS sempre apoiou os colegas daquele país, vítima da agressão da Rússia, mostrando a solidariedade da organização  mundial. Oleksandr Glyvynskyy, por seu turno, agradeceu a distinção e formulou votos para que a Ucrânia tenha paz num futuro próximo.

Congresso AIPS (2): Sem consenso sobre moção da Ucrânia

Oleksandr Glyvynskyy (Ucrania)

O Congresso da AIPS Europa teve lugar terça de manhã numa das salas do Sofitel Ambassador e não foi possível chegar a um acordo sobre um texto proposto pela delegação ucraniana, chefiada por Oleksandr Glyvytskyy, em que se pretendia tomar posição contra a decisão do Comité Olímpico Internacional (COI) de recomendar às federações internacionais que acolhessem os atletas da Rússia e da Bielorrússia.

Houve uma grande divisão, com Holanda, Moldávia, Polónia e os países da zona a defenderem uma posição de apoio absoluto à moção proposta pelos ucranianos. Outros, como o CNID mas também franceses, húngaros e muitos outros a defenderem uma posição mais moderada. “Os atletas ucranianos vão boicotar os Jogos se houver atletas russos e bielorrusos”, disse Glyvynskyy a certa altura.

O presidente do CNID, depois de consultas à sua direção – também algo dividida – defendeu que, apesar da simpatia pela Ucrânia e da inaceitável atuação dos russos nesta guerra, “não faz muito sentido tomar posição política”. “Será que os meus colegas não vão entrevistar os atletas russos e bielorrussos que ganharem medalhas, nos Jogos e até para perguntar o que pensam da guerra?”. Propôs mesmo que a moção fosse de condenação da agressão russa, e votaria a favor.

Depois de um curto intervalo, o presidente da AIPS Europa, Charles Camenzuli (Malta) interveio para dizer que o melhor era que fosse feita uma versão mais curta da declaração ucraniana (que tinha duas páginas) e com ideias mais diretas. Mas 24 horas depois ainda não há documento feito e menos ainda aprovado.

De salientar que a AIPS, a associação que é o chapéu para todas as organizações nacionais de jornalistas desportivos, afastou do congresso a Rússia e a Bielorrússia. Nenhum desses países participou nos dois últimos congressos – Roma em outubro passado e agora Seul – embora não tenham sido formalmente expulsos da organização. Um dos principais dirigentes terá abordado a AIPS para saber se podiam aparecer no congresso. A resposta foi que não se pode impedir a ninguém que apareça na reunião, mas provavelmente vai-se sentir mal. E não apareceu.

Congresso AIPS (1) : IA pode ser um amigo

O primeiro dia do 85º Congresso da Associação Internacional da Imprensa Desportiva (AIPS), esta terça-feira, dia 9 de Maio, em Seul, ficou marcado pelo debate sobre a Inteligência Artificial e o Jornalismo.

Na segunda-feira houve o jantar de abertura que teve a presença de várias autoridades locais no Sofitel Ambassador da capital coreana, onde tudo se passa nestes dias – a reunião dos mais de 200 delegados representando os 160 países filiados na organização termina quinta de manhã.

Os palestrantes na sessão da tarde foram Ricardo Romani, que tem sido mentor dos alunos do e-college da AIPS, Vincent Amalvy, diretor de grandes eventos desportivos da Agência France Presse, e Mariagrazia Squicciarini, CEO e diretora da Unesco para as áreas de Ciências Humanas e Sociais convergiram na ideia dos perigos que os jornalistas enfrentam com estas novas ferramentas (perda de postos de trabalho) mas também as oportunidades (por exemplo, ser mais produtivo utilizando bem as ferramentas que existem). “Mas acabou a tecnofobia agora, temos que aceitar que precisamos da técnica e temos que trabalhar com a tecnologia”, disse Mariagrazia Squicciarini.

Romani avisa que, segundo alguns especialistas, já em 2025 um ‘bot’ poderia escrever 90% das notícias. Um ‘bot’, diminuitivo de ‘robot de internet’, é um software que executa tarefas repetitivas, pré-definidas  com grande rapidez e que imitam o comportamento do usuário humano. Recordou que a IA existe há meio século e que muitos jornais a utilizam. Amalvy disse, por seu lado, que há sete anos a AFP utilizou uma ferramenta de IA para fazer um rápido sumário de um jogo de futebol que funcionou bem.

Para Romani, a diferença entre o homem e a máquina ‘é a credibilidade’. ‘A IA não pode coerentemente responder a perguntas básicas como quem foram as fontes, como tirou as conclusões”. Claro que os jornalistas humanos também têm defeitos, ´mas somos responsabilizáveis, reconhecemos os erros, corrigimo-los – o Jornalismo vive de credibilidade’. Amalvy sublinhou que a AFP tem mais de 100 jornalistas dedicados a procurar ‘fake news’ e eliminá-las – ‘mas é muito mais fácil produzir notícias mentirosas do que controlá-las’.

Para combater as ‘fake news’. Squicciarini socorreu-se do Código de Ética que a Unesco adoptou em 2021 e dos seus princípios fundamentais. melhorar o acesso à informação e ao conhecimento, respeitar e promover a liberdade de expressão e diversidade de pontos de vista, promoção da do conhecimento e da compreensão da IA e e da literacia de informação.

Como sempre, ‘a forma como utilizarmos a IA ´é que vau ditar se é um monstro ou um amigo’, disse Romani pegando no título do debate. Amalvy sublinhou como ‘grande parte do Jornalismo vai continuar a ser contacto humano+, perceber dramas, partilhar glórias e o fator humano será essencial. Mas Giani Merlo, presidente da AIPS, está menos otimista: “Temos que estudar, ter cuidado, porque as máquinas não têm sentimentos, mas já começam a ter qualquer coisa de diferente e isso ameaça a nossa profissão”.

 

Ricardo Romani na sua apresentação sobre Inteligência Artificial e Jornalismo no primeiro dia do 85º Congresso da AIPS em Seul – AIPS Seul 2023