Em novo livro do seu apreciado percurso literário, Vítor Serpa, Director de “A Bola” ao longo de três décadas, oferece-nos nesta data, “30 conversas com a memória — o Desporto, a História e a Vida” cujo lançamento ocorreu no auditório do Comité Olímpico de Portugal (COP), superlotado, ao final da quente tarde outonal do passado dia 10.
A apresentação coube a Luís Bettencourt Sardinha, presidente da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) que sublinhou, então, estarmos em presença de” um trabalho notável de Vítor Serpa, nascido da ideia brilhante de José Manuel Constantino”, ideia corroborada, aliás, pelo editor João Barata ( “Visão & Contextos”).. O presidente do COP, um reconhecido pensador da Educação Física, do Desporto e da Actividade Motora não se encontra reportado no livro em apreço, por decisãopessoal e vontade expressa. Esta auto-exclusão, “embora previsível”, na perspectiva do autor, “não deixa de configurar umainjustiça”. E é também “um lapso, do ponto de vista histórico”, conforme se pode ler na Nota Introdutória, assinada por Vítor Serpa.
As “20 conversas reais” colocam o leitor perante os nomes salientes de Mirandela da Costa, Trovão do Rosário, Melo de Carvalho, Vasconcellos Raposo, Eduardo Trigo, Carlos Neto, Monge da Silva, Jorge Araújo, Fernando Mota, Francisco Sobral, Jorge Olímpio Bento, Melo Barreiros,Jenny Candeias, Fátima Monge da Silva, Manuel Brito, Adelaide Patrício, Maria da Graça Guedes, Leonor Moniz Pereira, Sidónio Serpa e Vítor da Fonseca, a maioria presente, aliás, neste evento. As restantes dez “conversas” são imaginárias, porquanto Hermínio Barreto, Mário Moniz Pereira, José Teotónio Lima, António de Paula Brito,
Nelson Mendes, Reis Pinto, José Esteves, Jorge Crespo, Noronha Feio e Graça Mexia, já faleceram. Neste particular Vítor Serpa orientou e construíu os diálogos imaginários a partir de uma rigorosa investigação documental, relacionada com cada um destes seus “interlocutores”, igualmente relevantes. E socorreu-se, ainda, dacolaboração preciosa de familiares mais próximos, e de amigos.
“São as histórias de 30 figuras de referência nas fundações do desenvolvimento da educação física e do desporto português…
histórias de três dezenas dos pais fundadores que desde cedo tiveram de lutar para resgatar a educação física, o desporto e o
desenvolvimento motor, libertando-os dos grilhões, de agendas que lhesão estranhas”, lê-se no prefácio que João Paulo Almeida, director-geral do Comité Olímpico de Portugalç, elaborou, com referências históricas muito interessantes. Como seja o caso, por exemplo, de todos os protagonistas desta Memória, assim preservada, serem diplomados pelo então Instituto
Nacional de Educação Física (INEF). A primeira Escola de formação de profissionais de educação física e desporto, a que sucedeu, mais tarde, o Instituto Superior de Educação Física (ISEF). Nos tempos de hoje, a actual Faculdade de Motricidade Humana (FMH), falando de Lisboa, claro. Este documento histórico poderá assumir-se, dizemos nós, como sendo “A História da
“Educação Física e do Desporto em Portugal”.
Para o jornalista e escritor Vítor Serpa, nosso amigo e companheiro de jornada, explica-se aqui “a enorme riqueza da formação, do legado do professor de educação física, e a valorização do seu conhecimento”. Situação que o levou “ao longo deste último século, a uma esplêndida, embora nem sempre reconhecida intervenção, na sociedade portuguesa”. Por tudo isso a dimensão intelectual do professor de educação física é, ainda, um registo muito evidente dessa mesma intervenção!
Na assistência encontravam-se, entre outros, Vítor Pataco, presidente do Conselho Diretivo do Instituto Português do Desporto e da Juventude, o seu colega de direção Carlos Pereira, José Carlos Lima, coordenador do Plano Nacional da Ética no Desporto, Emídio Guerreiro e Alexandre Mestre, anteriores governantes da área, Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa
de Atletismo, António Santos Neves, presidente da Assembleia Geral do CNID, Murillo Lopes, secretário-geral do CNID, Carlos Gomes, da Academia Olímpica de Portugal, outros jornalistas e gente interessada na Cultura, Literatura e Desporto.
MURILLO LOPES