Os prémios para os Jornalistas são sempre um dos grandes momentos da festa e, como sempre, nenhum dos distinguidos faltou. Ribeiro Cristóvão, 84 anos, mostrou a jovialidade de sempre ao receber o Prémio Carreira, David Novo e Fernando Eurico sublinharam a importância de receber estes Prémios CNID, até porque vem dos seus pares profissionais, Rita Silva Vieira (Prémio Revelação Vítor Santos) não deixou de mencionar os problemas que o seu grupo, Global, passou este ano e que ainda não estão completamente regularizados do ponto de vista salarial, enquanto os homens do Zerozero, pelo contrário, puderam colocar em evidência que a empresa tem crescido em número de jornalistas ao longo dos anos.
Octávio Passos (Getty Images) recebeu o Prémio Fotojornalismo e agradeceu a todos os que o ajudaram na carreira, desde o Funchal, cidade onde nasceu. Um fotógrafo jovem e de grande valia.
Deixa-se a seguir o texto que a Filipa Pereira leu no momento do agradecimento, pela sua importância:
“Só percebi a importância que (o prémio) tinha para mim hoje. Quando o recebi. Sobretudo depois de um ano tão difícil, de renascimento..
Agradecer ao CNID o prémio Televisão 2024, quando estou prestes a completar 20 anos de profissão e num ano em que partilho o momento com o António Ribeiro Cristóvão. É uma honra.
Há pessoas que não posso deixar de nomear: o meu primeiro editor e grande impulsionador António Cancela – nunca esquecerei -, a minha companheira e chefe de sempre, Elisabete Marques, o meu diretor Ricardo Costa e este ano particularmente, e porque teve um papel marcante numa mudança muito importante da minha vida pessoal e profissional, o Pedro Cruz (falecido recentemente) . Não esqueço os amigos ou colegas que se juntam a mim neste momento de satisfação.
Por fim e mais importante, a minha família. A família que me formou e me ajudou a chegar aqui – o meu pai, a minha mãe, a minha irmã.
E o meu marido Alexandre Carvalho e os meus filhos.
Foi curiosamente no momento em que fui mãe que me senti mais confiante e forte para lutar pelo que quero. Não sem grande sacrifício de todos, mas juntos, mesmo nos momentos em que não estamos fisicamente próximos, somos mais fortes. Este prémio é nosso.
Finalmente uma reflexão.
Reparei que este prémio tem sido atribuído nos últimos anos a mulheres, algumas com longa carreira no jornalismo desportivo. Éramos muito poucas quando comecei há 20 anos. Crescemos sem dúvida em número, mas ainda temos um longo caminho a percorrer para deixarmos de ser uma espécie de corpo estranho nesta mini comunidade.
Aliás, este é um momento difícil para o jornalismo, o jornalimo televisivo e o jornalismo desportivo em particular. Vou lutar sempre para que deixe de ser olhado como um parceiro menor na classe e, sobretudo, para que voltemos a ser olhados com a dignidade, a credibilidade e o respeito de outros tempos. Pelo público e pelos protagonistas.
Não deixemos que nos tentem transformar em pontes sem cancelas.
Obrigada.