Por entre atriz em topless e Misses a jogar à bola, o Sporting-Benfica iludiu Marcelo e assustou Otelo…

Nos 50 anos

do 25 de Abril,

desporto e mais…

Por ANTÓNIO SIMÕES

Pelos cinemas andava já em furor Eusébio, a Pantera Negra, o filme de Juan de Orduña (em que quer ele, quer Flora, fazim papéis de si próprios) – e, que durante as suas filmagens, tivera as areias do Estoril a arder com «ousados biquínis» que por lá foram passando. António de Spínola escrevera Portugal e o Futuro – e os 2000 exemplares postos à venda a 100 escudos ao meio dia de 22 de Fevereiro na livraria do Apolo 70 esgotaram em 15 horas. Quase em todo o lado aconteceu o mesmo. Conta-se que Marcelo Caetano, o Presidente do Conselho que sucedera a Salazar, acabando de lê-lo, largou o desabafo num alvitre:

Um golpe de Estado é agora inevitável.

Nesse abalo mais ou menos enfarinhado se precipitou Caetano para «fim-de-semana a are»sno Buçaco e no regresso solicitou a Américo Tomás (o Presidente da República que antes de ir para Ministro de Salazar fora presidente do Belenenses) que o exonerasse. Não exonerou. Após afastar Francisco Costa Gomes e António de Spínola da chefia do Estado-Maior das Forças Armadas, Caetano voltou a solicitar que o demitisse – e a resposta de Tomás foi como a da outra vez:

Não e já é tarde para qualquer de nós abandonar o cargo!

Vasco Lourenço antes de ser preso na Trafaria, simulou golpe de rapto com Otelo…

Na certeza de estarem sem freio as «reuniões de conspiração dos capitães», o governo (que já demitira Horácio de Sá Viana Rebelo dando-lhe a sua cabeça na fé de que isso lhes esfriasse a contestação aos decretos que permitiam que oficiais milicianos ganhassem privilégios antes apenas conferidos ao Quadro Permamente, o rastilho que levou à criação do Movimento das Forças Armadas) atirara Vasco Lourenço, Carlos Clemente, Antero Ribeiro da Silva e David Martelo compulsivamente para os Açores e para a Madeira – e Vasco Lourenço (que haveria de tornar-se figura de destaque no Sporting, não apenas como membro do Conselho Leonino), revelá-lo-ia (na Visão História – Vencedores e Vencidos, publicada nos 50 anos do 25 de Abril):

A 5 de março tinha acontecido em Cascais uma das mais importantes reuniões do movimento em que foi tomada a decisão de se fazer o golpe de Estado. O governo soube e tentou reagir, transferindo compulsivamente quatro capitães, mas fê-lo de uma forma pífia, porque tinha medo de se meter conosco. Fui um dos escolhidos porque era o principal responsável pela constituição do movimento. Era o coordenador da parte operacional e de toda a ligação.

 «FUI TER COM O OTELO E DISSE-LHE: ESTOU AQUI PARA TU ME RAPTARES»

Tiago Margarido recebeu o Troféu CNID 2024

Tiago Margarido, não tinha podido estar em Viseu paa receber o troféu com que foi distinguido, acabou por recebê-lo na quarta-feira, dia 12, no Porto, das mãos do presidente do CNID, Manuel Queiroz.

O treinador do Nacional, que ficou em 2º lugar na II Liga foi o distinguido desta época de 2023-24 como Treinador da II Liga. Estes têm sido bons tempos para Tiago Margarido, que além de ver o contrato renovado com a equipa insular, também se casou  no dia 9.

Natural de Gaia, onde nasceu há apenas 35 anos, Tiago Margarido, formado em edcação Física, disse-se ‘muito honrado com o prémio’ que é mais um marco na sua carreira ainda curta. Coo jogador era defesa-central esteve no Boavista e no Leixões mas rapidamente duas lesões fizeram com que deixasse a carreira para se tornar treinador – ‘foi o fenómeno Mourinho, no FC Porto e depois no Chelsea, que me despertou para o treino”.. Pelos vistos, em boa hora.

Comunicado sobre diferendo Record-Torreense

O CNID convidou o Sport Clube União Torreense, representado pelo Diretor de Comunicação e Marketing, Marco Castro, e Duarte Nuno Gomes, colaborador/correspondente do Jornal Record, para uma reunião onde ambas as partes pudessem ultrapassar os diferendos existentes e que levaram à proibição da entrada do nosso associado, de forma credenciada, nos jogos do clube de Torres Vedras.

O resultado desta mediação foi o entendimento dos argumentos de ambos e o acordo para que a proibição fosse retirada com efeitos imediatos. O CNID reconhece a importância dos correspondentes no trabalho de proximidade com os clubes profissionais e felicita a abertura do Sport Clube União Torreense e do nosso associado para ultrapassar as questões existentes.
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Reportagem da SportTv recebe certificado da AIPS

A reportagem com o título ‘Contra a corrente’, que conta a história de Norberto Mourão, recebeu um certificado dos AIPS Awards 2024 como quarto classificado na categoria ‘Perfil video de atleta’.

A rteportagem de Patrícia Rocheta e Ivo Costa, com os repórteres de imagem Guilherme Camelo e Vasco Miguek Rocha, a edição de imagem de Pedro Henriques e grafismo de Patrícia Rocheta.não chegou aos três primeiros lugares, que foram escolhidos por um júri alargado e que tiveram recentemente representantes na entrega dos prémios, em Santa Susanna (Espanha) no início de maio, durante o congresso da AIPS (Associação Internacional da Imprensa Desportiva).

O CNID está muito empenhado em contribuir para que mais portugueses possam concorrer a estes prémios anuais, que representam um reconhecimento internacional e que, além disso, dão alguns milhares de euros aos vencedores.

Os árbitros trataram o seu presidente como «colonialista assassino», ele demitiu-se e só depois mandou «pôr bombas»…

Nos 50 anos

do 25 de Abril,

desporto e mais… 

Por ANTÓNIO SIMÕES

Ao cimo da primeira página de A BOLA do dia 4 de maio de 1974 (sob foto dele como aluno do Instituto Nacional de Educação Física) exaltava-se o almirante Pinheiro de Azevedo como «homem da Junta e do Desporto» por formar, com António de Spínola na sua presidência, a Junta de Salvação Nacional (que saíra do golpe militar de 25 de Abril). Em destaque menor se dava notícia, numa das páginas interiores, do destino a que se forçara o presidente da Comissão Central de Árbitros (de Futebol) também que não tardaria tratado (pelos árbitros e não só) como «colonialista assassino»: o Capitão de Mar e Terra, Guilherme de Alpoim Calvão…

A Comissão de Árbitros (para defesa da classe) formada por Joaquim Campos, António Garrido, Ismael Baltasar, Adelino Antunes e Sebastião Pássaro (eleita dias antes) não perdeu tempo a enviar a essa Junta de Salvação Nacional (com Pinheiro de Azevedo que já então tinha um sobrinho-neto chamado Bruno de Carvalho, esse mesmo que haveria de ser presidente do Sporting) um telegrama que era mais do que manifesto (em tom revolucionário): «Os árbitros de futebol saúdam V. Exas, assim como as gloriosas Forças salvadoras da Pátria – e nesta hora de júbilo nacional estão frontalmente ao lado do Movimento das Forças Armadas. Mais solicitam a V. Exas a demissão imediata do presidente da Comissão Central dos Árbitros de Futebol, elemento imposto aos mesmos e da confiança do regime cessante.»

Ao sabê-lo, em sua defesa (e na defesa da sua posição) Alpoim Calvão ripostou de pronto:

Como se sabe, os árbitros não vêm elegendo os seus dirigentes, pelo que fui nomeado e não eleito. Houve, naturalmente, quem concordasse e quem discordasse. E, para não criar problemas à causa da arbitragem, já que a minha permanência no cargo poderia dar origem a casos que teriam de cair sob a alçada disciplinar, decidi dar um passo atrás, renunciando ao cargo. Continuo, porém, na presidência da Federação Portuguesa de Remo, já que aí fui eleito pelos clubes e não nomeado.

CNID em serviços mínimos na semana de 10 a 13 junho

Os serviços do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto vão estar reduzidos na semana de 10 a 13 de junho devido ao plano de férias. Dia 14 sexta-feira, já terá o funcionamento normal.

Trata-se de uma semana já de si atípica porque tem um feriado nacional e um feriado regional em Lisboa (10 e 13) e o CNID terá a sua sede fechada.
É óbvio que as questões que possam surgir via site ou mail terão uma resposta, mas eventualmente com atraso em relação ao que é habitual.

Contamos com a compreensão dos nossos sócios e de todos os que precisem de nos contactar para que não haja problemas de maior.

 

Como é que o ministro que não levou nem Pelé nem Garrincha para o Sporting levou Portugal para o 25 de Abril

Nos 50 anos

do 25 de Abril,

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Por ANTÓNIO SIMÕES

Fora a última ronda de jogos para o Nacional da I Divisão sob ditadura – e, na primeira página de A BOLA do dia 22 de abril de 1974 – o título do comentário que Carlos Pinhão lhe fez foi: Aveiro voltou a deitar gasolina na fervura. A razão percebia-se logo no primeiro parágrafo: «Faltam três jornadas para o campeonato-que-parecia-estar-acabado-há-três-jornadas… Faltam três jornadas e há três clubes fortemente candidatos ao título e bastou, para tanto, que, ontem, em Aveiro o Sporting tivesse perdido um ponto…»

Não, não fora só um ponto que o Sporting perdera – também perdera Dinis, o seu azougado extremo: à meia-hora de jogo choque de cabeças com Baltazar (seu companheiro) atirou-o inconsciente para o pelado do Mário Duarte e Manuel Marques, massagista leonino, contou-o: «Só no início do segundo tempo começou a reagir, dizendo o seu nome e reconhecendo quem o rodeava».

Horas antes dos MFA se lançar à revolução de 25 de abril de 1974, Sporting afastado da final da Taça das Taças na Alemanha… comunista

Percebendo-lhe a gravidade do traumatismo craniano, despacharam-no de pronto numa ambulância dos Bombeiros Velhos de Aveiro para Lisboa – e não foi preciso lá chegar para se ficar com a certeza de que não poderia alinhar, na quarta-feira seguinte, na segunda mão das meias-finais da Taça das Taças, contra o Magdeburno, na RDA (que, por cá, não se tratava assim: República Democrática Alemã, tratava-se por Alemanha Oriental, a Alemanha comunista) – de lá voltando com o sonho perdido de se repetir a proeza que se conseguira sob presidência de Horácio Sá Viana Rebelo que, mesmo não conseguindo o que tentara: contratar Garrincha ou Pelé – conseguira conquistar a Taça das Taças de 1964 no encanto do cantinho de Morais.