Contas do COP aprovadas também com o voto do CNID

 

A Assembleia do COP aprovou as contas e foi o último ato dos atuais corpos gerentes

Foi com o voto do CNID, representado pelo vice-presidente António Simões na Assembleia Plenária do Comité Olímpico de Portugal que, na terça-feira se aprovou, por unanimidade, o Relatório de Atividades e Contas de 2024.
Apesar de acentuado o bom resultado financeiro do exercício (em que se destacou a Missão aos Jogos Olímpicos de Paris e a organização em Cascais da Assembleia Geral da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais) fechado com um resultado líquido de 621 mil euros e de ele próprio reconhecer que as «atividades regulares da organização que foram elevadas a níveis de excelência» pelo seu antecessor, Artur Lopes (que assumiu a presidência da Direção na sequência do falecimento de José Manuel Constantino) não deixou de se sublinhar insatisfeito, insatisfeito, sobretudo, por julgar que maior deveria ter sido o financiamento público que se lhes atribuiu.

Foi, pois, nesse sentido que lembrando que «esta casa tem uma atividade muito para além da organização das missões desportivas» e reiterando que o «COP tem de se reformular todos os dias, sem hesitações» para dar seguimento às suas ações que Artur Lopes afirmou. «As atividades regulares da organização, que foram elevadas a níveis de excelência devem ser olhadas de outra maneira pelo Instituto Português do Desporto e Juventude» – e estava, obviamente, a pensar na negociação do contrato-programa de desenvolvimento desportivo 2024-2028.

Sinais inequívocos dessa ação do COP para além da preparação e realização de missões olímpicas, perceberam-se na documentação entregue aos participantes na Assembleia Geral Plenária, onde se destacou Pedro Proença na sua primeira intervenção como presidente da FPF. Por exemplo, a respeito do Programa Integridade Pelo Respeito, partilharam-se os recursos educativos e de sensibilização para a prevenção da manipulação de competições desportivas e de todas as formas de violência e abuso no desporto.

Outra das brochuras entregues referia-se às «diretrizes do COI para uma representação igualitária, justa e inclusiva no desporto» – a publicação mais diretamente dirigida aos jornalistas – e onde a páginas tantas surge, por exemplo o destaque: «Em 2023, Coco Gauff a atleta mais bem paga, ganha 22,7 milhões de dólares, sendo que Cristiano Ronaldo é o atleta mais bem pago, que ganha 275 milhões». Também lá está como mais um ponto de discriminação o lamento de Anna Watkins, medalhada olímpica no remo: «Os homens não estão imunes a comentários sobre a sua aparência física, como quando usam calções justos, mas as mulheres estão mais sujeitas a esses comentários e é mais relevante devido à história de desigualdade»…

A Mesa da Assembleia

A Mesa da Assembleia com João Paulo Almeida no uso da palavra

Defendendo, portanto, a reformulação da narrativa (para uma «narrativa não discriminatória», descobrem-se, na publicação, entre muitos outros mais, conselhos assim (aos media):
‘Evite imagens passivas ou sexualizadas de atletas que reforcem estereótipos»; Não se foque na aparência (por ex.: maquilhagem, cabelos, unhas), vestuário ou partes íntimas do corpo (ex.; virilhas, decotes, rabos), especialmente se não estiver relacionado com o desempenho do/a atleta.’

Também se convidam os jornalistas a toques ou retoques na «linguagem e na terminologia» (em comentários, títulos ou artigos»: «Use uma linguagem livre de preconceitos e evite estereótipos de género, expressões ou palavras que comparem as mulheres aos homens e/ou impliquem a superioridade de um sexo sobre o outro». E o que lá está ainda e igualmente é um «guia» para tratar a realidade nova de «atletas transgénero e atletas com variações de caraterísticas sexuais».
Igualmente por unanimidade foram aprovadas propostas de alteração ao regulamento eleitoral da Academia Olímpica para dar seguimento às suas ações (muito para além, pois, da Missão levada aos Jogos Olímpicos.

O presidente do COP agradeceu às federações desportivas, porque “elevam o desporto nacional”, e também à Comissão Executiva que dirigiu o COP nos últimos anos e que agora se despede.

As eleições para os órgãos sociais do Comité Olímpico de Portugal estão marcadas para 19 de março, com três candidatos assumidos, Laurentino Dias e Alexandre Mestre, ex-secretários de Estado do Desporto, e Fernando Gomes, que deixou a liderança da FPF.