(Opinião publicada em A Bola que publicamos com a devida vénia ao autor e ao prestigiado diário)
OPINIÃO17.04.202509:16
• Alexandre Pereira • Diretor-adjunto
Com a centralização dos direitos televisivos à cabeça, há temas para falar no futebl português. E não é com ‘zonas mistas’ fictícias que isso vai suceder
Agora que todos já votaram e todos os pelouros estão entregues e assumidos, é tempo de começar a dar respostas ao futebol português.
A primeira e fundamental, muito bem sinalizada pelo novo presidente da Liga Portugal, é a do processo de centralização dos direitos televisivos. Falta pouco mais de um ano para ter de ser entregue um plano de ação e em 2028, diz a lei portuguesa, os direitos dos jogos das ligas profissionais terão de ser vendidos em bloco. Não se sabe a quem nem por quanto. Pelo (não) andar da carruagem e pela falta de vontade de consensos demonstrada até ao momento, é até possível que o Governo português tenha de fazer uma de duas coisas: adiar o que está legislado ou assumir as rédeas do processo em 2027/2028.
Mas há mais aspetos a merecer respostas no que respeita à Liga Portugal e à Federação Portuguesa de Futebol, cujo novo presidente acaba de mudar-se da Arena Portugal para a Cidade do Futebol.
No dia da tomada de posse do novo presidente da Liga, houve uma alegada zona mistapara declarações. Para quem está menos familiarizado, a zona mista é o local onde os jornalistas são acantonados neste tipo de acontecimentos, à espera que alguém tenha a boa vontade de prestar ali umas declarações. Com todo o respeito pelo clube, o único VIP disponível para falar foi o presidente do Torreense.
Havia perguntas interessantes para fazer a Reinaldo Teixeira e Pedro Proença, por exemplo, sobre a notícia de que, em menos de dois meses, quatro dezenas de funcionários da Liga foram trabalhar para a FPF, deixando o organismo que gere o futebol profissional em défice.
Ou mesmo ouvir alguns clubes sobre este detalhe aborrecido dos direitos televisivos.