‘Futebol para a Paz’ na Arena FPF. O desporto abre portas

    Manuel Queiroz, Jorge Antas de Barros, delegado em Portugal da Academia da Diplomacia de Espanha, e Fernando Gomes

As camisolas das seleções expostas na FPF Arena

Dezenas de embaixadores e representantes de de países com relações diplomáticas com o nosso país estiveram esta sexta-feira, dia 10, na Cidade do Futebol na abertura da exposição intitulada ‘Futebol para a Paz’, organizada pela delegação em Portugal da Academia Diplomática de Espanha com o apoio do CNID, da Federação Portuguesa de Futebol e da Rádio Renascença.

O CNID esteve representado pelo seu presidente, pelo vice António Simões e pelo secretario-geral Murillo Lopes.

Os dirigentes do CNID com a embaixadora de Moçambique, Stella Novo Zeca, que se interessou pela ideia de criar uma confederação de jornalistas de desporto dos países de Língua Portuguesa que o CNID tem liderado

“Futebol para a Paz” tem como atração 100 camisolas de seleções nacionais – algumas delas personalizadas, outras autografadas – expostas na FPF Arena Portugal e que foram apreciadas e muito fotografadas por mais de 80 representantes diplomáticos, entre outros convidados. Saliente-se que a Arena é a terceira fase da Cidade do Futebol, inaugurada há poucas semanas, representando mais um passo no desenvolvimento da Federação Portuguesa de Futebol. Dentro de algum tempo será inaugurada a quarta e última  fase da Cidade do Futebol.

Fernando Gomes e a embaixadora da Palestina, Rawan Sulaiman

O presidente da FPF, Fernando Gomes, abriu a exposição e assinalou que o evento celebra “não apenas o desporto que tanto nos apaixona, mas também a sua capacidade de unir povos, culturas e nações”. Daí a sua importância de iniciativas imo esta.

Jorge Antas de Barros, delegado da Academia de la Diplomacia, começou por ler uma mensagem do embaixador de Portugal em Espanha, João Mira Gomes, e agradeceu aos restantes parceiros da iniciativa, o CNID (Associação de Jornalistas de Desporto) e o grupo Renascença.

Tito Mendonça, Rodney Sampaio, Eder, Jorge Antas de Barros, Henrique Monteiro, Teresa Romão, Manuel Queiroz, João Antas de Barros e Murillo Lopes

Murillo Lopes e Vitor Carvalho, antigo jornalista e hoje ligado à Embaixada de Angola

João Vieira Pinto e António Laranjo a conversarem com um dos convidados

Tito Mendonça, Rodney Sampaio, Éden, Jorge Antas de Barros, Henrique Monteiro, Teresa Romão, Manuel Queiroz, João Antas de Barros e Murillo Lopes

Antas de Barros destacou o propósito de “mostrar que o desporto abre portas e não as fecha”, sublinhando que o “desporto não é política, o desporto é sociedade”. O delegado da Academia sublinhou ainda a importância de o evento “transmitir uma mensagem que pretende cativar a atenção das pessoas no Mundo, sobretudo os jovens, com uma linguagem que é universal, o que facilita a comunicação e o entendimento entre os povos”.

Fernando Gomes presenteou a Academia de la Diplomacia com uma camisola com a mensagem PAZ escrita, e Antas de Barros ofereceu um diploma à FPF.

 

 

CNID apoia exposição ‘Futebol para a Paz’. Cem camisolas de seleções na Cidade do Futebol

Exposição "Futebol para a Paz" (foto: D.R.)
Exposição “Futebol para a Paz” (foto: D.R.)

A exposição “Futebol para a Paz”, organizada pela Delegação em Portugal da Academia Diplomática, é inaugurada nesta sexta-feira, dia 10 de janeiro, na Cidade do Futebol, com o objetivo de mostrar que o futebol pode ser um instrumento de diálogo e união. O CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto é um dos parceiros da organização, juntamente com a Rádio Renascença e a Federação Portuguesa de Futebol.

O CNID tem sido, sobretudo nos últimos anos, convidado para realizações de grande relevância como esta, apoiando-as sempre que a sua direção entende que se trata de eventos de interesse e dentro dos valores a que devemos estar ligados – promoção da paz, da inclusão, de uma sociedade mais justa. E por isso, associa-se à Exposição ‘Futebol para a Paz’, depois de, há alguns meses, ter assinado um protocolo com a Academia Diplomática Espanhola através da sua delegação em Portugal, capitaneada por Jorge Antas de Barros.

Esta exposição nasceu em Espanha e tem como presidente-executivo Santiago Antelo, que ainda recentemente participou numa conferência realizada no Porto. E num momento em que Portugal, Espanha e Marrocos já sabem que vão organizar o Mundial 2030, o apoio a esta iniciativa faz ainda mais sentido. De resto, como já demos conta aqui, o CNID tem em desenvolvimento um protocolo com as congéneres de Espanha e Marrocos no quadro do Campeonato do Mundo organizado pelos três países. Tem também previsto ajudar a fundar neste ano de 2025 a Confederação das associações de jornalistas de desporto da comunidade de Língua Portuguesa.

Em declarações à Rádio Renascença, o delegado em Portugal da Academia Diplomática explicou que se trata “de uma exposição que se pretende permanente e itinerante, e que tem como objetivo demonstrar que o futebol pode e deve ser um veículo de unidade e de amizade entre os povos e as nações do mundo”, contando colaboração das embaixadas, que forneceram as camisolas das respetivas seleções nacionais.

A abertura está marcada para esta sexta-feira, às 11h00, na Cidade do Futebol, casa das seleções nacionais de futebol, e a FPF pretende que a exposição fique aberta ao público por alguns dias. Na inauguração, estarão presentes embaixadores, ou seus representantes, de 80 países, incluindo a embaixada russa, que continua a manter a sua representação em Portugal.

As camisolas, a atração principal para quem gosta de futebol, são de mais de 100 seleções. Antas de Barros elenca alguns: “Albânia, Alemanha, Argentina, Arménia, Azerbaijão, Bangladesh, Bélgica, Bósnia e Herzegovina, Bulgária, Cabo Verde, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Escócia, Estados Unidos, Estónia, Filipinas, Finlândia, Gales, Grécia, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Haiti, Honduras, Hungria, Indonésia, Inglaterra, irão, Islândia, Polónia, Portugal, Qatar, Paraguai, Paquistão, Países Baixos, Omã, Turquia, Uzbequistão, Vietname, Suíça, Tailândia… Sei lá, são tantos. Todos aderiram.”

É esse o mote: através da adesão, mostrar que o desporto, e em concreto o futebol, deve ser considerado “um meio de diplomacia, um instrumento para unir pessoas e nações” e ajudar a resolver conflitos, disse ainda Antas de Barros à RR.

A iniciativa começou em Espanha, terra-mãe da Academia de La Diplomacia, Las Relaciones Internacionales Y el Protocolo do Reino de Espanha, nome completo da organização. A primeira exposição, em 2021, teve lugar no estádio do Atlético de Madrid, durante a World Football Summit, com a La Liga como parceiro.

Em Portugal, a Academia está sediada em Cascais, fruto de uma parceria com a Autarquia. A exposição começa na Cidade do Futebol, em Oeiras, mas o objetivo é levá-la a todo o país.

“Vamos levar a exposição ao Porto, provavelmente numa parceria com o FC Porto. Vamos procurar ir a outras cidade, como Braga, Viseu, Évora, enfim, quem estiver disponível para receber uma iniciativa deste género. É uma mensagem de paz”, vinca Jorge Antas de Barros.
O que a Delegação em Portugal da Academia Diplomática pretende, com esta iniciativa, é
“que as pessoas saibam interpretar este gesto”.

“É o suficiente. No dias de hoje, devemos falar menos em guerra e mais em paz. É isso que nós queremos que as pessoas interpretem. É isso que nós pretendemos que as pessoas interiorizem. Este é o objetivo que nós temos”, salienta, nestas declarações ao programa Bola Branca.

A “vocação” da Academia Diplomática não é o desporto, mas sim, como indica o nome, a diplomacia. Organiza colóquios, seminários e iniciativas culturais, sempre em contacto com embaixadas, com o desígnio da promoção da paz.

Nesta ramificação para o futebol português, esta associação com a FPF revelou-se “o casamento perfeito”, enaltece Jorge Antas de Barros.

“A La Liga fez a parceria com a Academia Diplomática na montagem da exposição [em Espanha]. Aqui, achei por bem fazer com a Federação Portuguesa de Futebol, porque traz uma mais-valia. Ainda por cima num ano e numa altura em que foi dado a conhecer a realização do Campeonato Mundo de futebol em 2030. Achei que a federação merecia que nós fizéssemos esta parceria e nós merecíamos também que a federação estivesse disponível para fazer esta parceria connosco”, sublinha.

Candidaturas abertas para Prémio ’Desporto com Ética’

Está aberto o período de submissão de candidaturas ao Prémio de Imprensa “Desporto com Ética 2024”, organizado pelo Plano Nqcional da Ética no Desporto e que tem o apoio do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto.

O prazo de candidatura decorre de 1 a 31 de janeiro de 2025.

Este prémio tem por objetivo incentivar e distinguir a publicação de trabalhos na comunicação social, independentemente do formato e suporte, que versem exclusivamente sobre temas relacionados com a ética no desporto.

O Prémio de Imprensa “Desporto com Ética 2024” é aberto a autores detentores ou não de carteira profissional, com trabalhos publicados ou difundidos em órgãos de comunicação social portuguesa, com sede em Portugal Continental, nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e registados na ERC, ou das comunidades portuguesas emigrantes.

A presente edição abrange três segmentos:

a) Trabalhos publicados na imprensa regional;

b) Trabalhos publicados na imprensa desportiva e/ou imprensa generalista;

c) Trabalhos difundidos pela rádio e/ou televisão.

De acordo com o regulamento, aceitam-se artigos publicados no ano de 2024, isto é, entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2024.

O Prémio de Imprensa “Desporto com Ética/2024 é promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, IP (através do PNED-Plano Nacional de Ética no Desporto) e pelo CNID-Clube Nacional de Imprensa Desportiva/Associação dos Jornalistas

O regulamento pode ser consultado em https://pned.ipdj.gov.pt/concurso?titulo=prémio-de-imprensa-desporto-com-Ética-xiii-edição.

Renovar a ligação ao CNID para um grande 2025

Caros consócios (as),

                                                                                                                                                                                                                                                                         Dezembro 2024

Estamos a chegar ao fim de 2024 e a entrar num não ano, ou seja, é altura de falar de 2025 e da renovação da vossa ligação ao CNID. Ou seja, de pagar a quota, que mantém o mesmo valor (50€) há cerca de uma década.

Para proceder ao pagamento deverá enviar, por correio ou através de transferência bancária para a conta do CNID – IBAN: PT50 0269 0158 0020 4508 11786 os 50 Euros. Se o pagamento for feito através de transferência bancária é imprescindível que nos enviem uma mensagem por e-mail para cnid@cnid.pt.

Esta direção tem mantido o rumo traçado e continua fiel aos princípios de defesa do Jornalismo da área do Desporto, procurar oportunidades de melhorar as competências de cada um, manter uma forte ligação internacional – quer na AIPS, quer na relação com as organizações congéneres dos PALOP -, engrandecer o CNID e sempre mantendo o rigor das contas. Tudo isto num ambiente difícil para nós, Jornalistas, como todos sabemos.

Em 2025 teremos o site campeoesdeportugal.pt a laborar em pleno, teremos a confederação das associações dos jornalistas desportivos de expressão portuguesa constituída, a ligação que mantemos a várias instituições (Plano Nacional da Ética no Desporto, Desporto Escolar, Universidade Fernando Pessoa, SIGA e outras) continuará o seu caminho. Continuaremos a desenvolver a nossa biblioteca de autores ligados ao Jornalismo Desportivo, num trabalho paciente e resiliente para darmos mais conteúdo ao CNID.

É por tudo isto e algo mais que lhe vimos lembrar, caro consócio, que temos todos que pagar a quota. O CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto depende sobretudo dos seus sócios.

Em meu nome e no de toda a direção do CNID, desejos de Festas Felizes e sobretudo de um 2025 com os maiores sucessos profissionais e com muita saúde.

Manuel Queiroz

Presidente

CNID defende jornalistas do Porto Canal

Uma equipa de reportagem do Porto Canal foi impedida no sábado de fazer o seu trabalho na Casa do FC Porto de Famalicão. Depois de pedir autorização para fazer reportagem naquele espaço, dois indivíduos, com berros intimidatórios e ameaçadores obrigaram a equipa de reportagem a escolher outros locais para levarem o seu trabalho aos espectadores do Porto Canal. ‘Quem manda aqui são os super dragões’, foi uma das frases ouvidas por várias pessoas que se encontravam ali no momento.

O CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto não pode deixar de denunciar a situação, que neste caso opõe o Porto Canal, órgão de propriedade do FC Porto, a uma estrutura que, em princípio, professa a mesma fé clubista. É estranho, mas já tudo é possível em Portugal. Os Jornalistas é que não podem ser envolvidos em querelas pelas quais não são responsáveis de modo nenhum. Como tudo indica que as autoridades policiais têm notícia direta do caso, o CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto espera que sejam apuradas responsabilidades. Porque não se pode, impunemente, impedir os Jornalistas de trabalhar quando estamos num país democrático.

Lisboa, 10 dezembro 2024

A Direção

 

“O relato é um acto de cultura”, diz Pedro Azevedo

Pedro Azevedo na apresentação do livro, no dia 23 de Npvembro, na Póvoa de Varzim, rodeado por Carlos Daniel, Jornalista, e José Manuel Lopes de Castro, da editora Bluebook e antigo presidente do Varzim SC (Foto Arquivo Pessoal de Pedro Azevedo)

 

Pedro Azevedo é jornalista, é relatador e jornalista e tem uma carreira feita. Publica agora o livro “Relato de futebol”,uma obra que aborda um tema que não tinha em Portugal nenhum estudo antes. E o livro é feito como uma tentativa de ciência sobre algo pouco ou nada estudado – o relato de futebol. Tem o valor da experiência e o valor do estudo, da forma como o Pedro Azevedo olha para a sua profissão a partir de um ângulo diferente.

“O primeiro relato que fiz foi na Rádio Onda Verde, uma rádio “pirata”da Póvoa de Varzim, a minha terra. Colaborava com eles e um dia disseram-me que já tinham publicidade para fazer o relato de um jogo do Varzim, só que não tinham narrador. E perguntaram-me se eu não queria fazer, porque tinha jogado seis anos futebol nas camadas jovens do Varzim. Eu disse que sim e a 27 de Outubro de 1987 fui fazer o Varzim-Gil Vicente, que o Varzim ganhou 3-1.

“Em 1988 convidaram-me para a TSF, que na altura só se ouvia em Lisboa. A TSF tinha o Jorge Perestrello, o David Borges e o Fernando Correia, até fiz alguns relatos com o Perestrello, mas logo depois, em Abril, num domingo, telefonou-me o Ribeiro Cristóvão a convidar-me para a Renascença. Eu disse logo que sim. Era para um período experimental, mas fiquei logo. Comecei num Rio Ave-Portimonense e logo a seguir fiz dois FC Porto-Benfica, um para o campeonato e outro para a Taça. Dos meus primeiros três relatos, dois foram FCPorto-Benfica, o que não é normal”.

(Pedro Azevedo tornou-se uma voz carismática da Rádio Renascença, da qual foi chefe de Redação e para a qual fez mais de dois mil relatos de jogos de futebol).

“Antes de tudo isto, eu ia com o meu pai, que era correspondente do JN, ver os jogos do Varzim para a tribuna de Imprensa e havia sempre um senhor da RDP que fazia o relato e aquilo fascinava-me. No carro, no regresso, ainda ouvíamos os comentários, ou outros jogos que tinham começado mais tarde. Sei que aos 8 anos fazia relatos de jogos com os cromos. Aí nasceu tudo.

(Este foi o início de uma carreira que continua hoje. No dia 29 de Novembro, Pedro Azevedo completa 57 anos e no dia em que foi apresentado o livro, na Póvoa, foi inaugurada uma estátua do pai, José de Azevedo, que chegou a ser até presidente da Câmara da Póvoa)

“Este é um livro técnico. Não havia nada em Portugal sobre Relato desportivo e foi isso que me fez avançar para o escrever – o livro estava pronto há um ano, mas a morte do meu pai fez com que deixasse o livro de lado.

“São 38 épocas desportivas a fazer relatos, também na tv, na Sporttv, desde 2019, o que acho que me dá alguma legitimidade para poder falar destas coisas. Este livro representa o meu mundo, a minha paixão e a minha vida. É um testemunho fundamentado na minha experiência e no que estudei, porque me licenciei em Ciências de Comunicação, na Universidade da Maia. E logo no primeiro capítulo faço uma lista mais ou menos longa dos relatadores de futebol em Portugal, numa pequena homenagem aos meus colegas..

(Cabe aqui dizer que Pedro Azevedo se formou com uma média final de 18,49, a melhor nota de sempre de um curso que começou em 2006 na Universidade da Maia)

“O que é um relato? Arte, informação e entretenimento. É um género discursivo, claro, produzido pelo narrador e que se enquadra no discurso institucional do jornalismo, na reportagem. Atravessa todos os géneros da reportagem: é informativo, expositivo, narrativo, descritivo e opinativo.Expõe informação, narra com espaço, tempo e personagens e o narrador não deixa de ter um discurso valorativo, opinativo.

“Começa com um ato de imitação – a fala é uma imitação.

(Os melhores relatos, pelo menos, são aquilo tudo que diz Pedro Azevedo, obras ricas e pouco estudadas, apesar da importância que têm e tiveram os relatos desportivos)

“O primeiro capítulo é um bocadinho de História do relato para dar enquadramento. O primeiro relato de um jogo foi da BBC, a 22 de janeiro de 1927, de um Arsenal-Sheffield; em Portugal foi em 23/01/1938, um Benfica-Sporting no antigo campo das Amoreiras e o Benfica ganhou 3-2 e foi feito por José Ayala Botto; o primeiro jogo em televisão foi obviamente na RTP, que começara as emissões em 1957 e no ano seguinte transmitiu um Sporting-Áustria Viena, em fevereiro, um jogo amigável. Grande nome dessa altura e dos anos 60 foi Domingos Lança Moreira, locutor, jornalista e produtor. Em 1966, na sequência do brilharete dos Magriços, no Mundial de Inglaterra, a Emissora Nacional começa a fazer os relatos em cadeia dos jogos da I Divisão, que eram em princípio todos à mesma hora, às 15 de domingo. O rádio transistor a pilhas foi muito importante na disseminação dos relatos pelo povo, porque as pessoas andavam com o rádio a ouvir os relatos, nomeadamente nos próprios estádios. O ano de 1998 marca a fronteira a partir da qual há menos relatos na rádio e mais na televisão, porque nasce o primeiro canal televisvo dedicado ao desporto, a SportTv. Aí muda o paradigma, o relato passa a ser mais na TV. A narrativa audiovisual ultrapassa a narrativa áudio.

(É história recente mas importante. Os meios tradicionais começam a transformar-se a grande velocidade e a mudar toda a relação entre emissão e recepção)

“Mariano Cebrián Herreros, professor da Universidad Complutense, de Madrid, fez-me descobrir muitas coisas com o seu livro de 1978 “Introdução à Linguagem da Televisão: uma perspetiva semiótica” e que aconselho a quem se interessa por isto. Ele diz que a realidade sonora e a realidade visual abraçam-se na televisão, porque a rádio é essencialmente sonora. Mas não só, atenção, porque a rádio cria uma imagem, pela descrição que vai fazendo, ou porque posso transmitir o relato como fazem alguns com uma câmara de telemóvel virada para mim. Mas a realidade sonora tem vários níveis, desde logo o verbal, usa o ritmo, a modulação da voz que é muito importante – não relato um remate à baliza como um passe a meio-campo – e outras. Os ruídos fazem parte e há os icónicos, que são o som ambiente, e os ruídos propriamente ditos, que podem ser vários, até a repetição desnecessária de palavras o que é um tipo de ruído. Os silêncios também fazem parte – quando o Feher caiu em Guimarães percebi logo que era grave e o meu silêncio marcou esse pressentimento. Um silêncio dramático. Outra marca são o que chamamos vinhetas – houve uma altura em que os nomes dos relatores eram cantados na RR, creio que uma coisa trazida pelo Artur Agostinho do Brasil Tudo isto vai dar ao sistema audio-scripto-visual e se torna realidade cinética, porque tudo é movimento. E o conjunto de todos os sistemas forma a narrativa audiovisual que tem no relato um alicerce.

(Pedro Azevedo fez isto tudo antes de estudar o tema. Mas é melhor sabermos porque fazemos certas coisas, quanto mais não seja porque só assim podemos melhorá-las)

A mesa na apresentação do livro (Foto Arquivo Pessoal de Pedro Azevedo)

“O livro é um manual para quem quer fazer relato e para quem já faz relato. Não me quero colocar em bicos de pés, nada disso, mas se estivesse a começar gostava de ter um livro destes para me apoiar. E não há outro em Portugal.

“Há outro capítulo em que falo de teoria da comunicação e falo da mais estudada de sempre, a de Harold Lasswel, dos ‘5W’, em inglês: Quem diz? Diz o quê? Em que canal? Para quem? E com que efeito? Lasswel era americano, nasceu no início do século passado e estudou sobretudo a comunicação política, de que é um dos pais, procurou a forma de ter mais impacto nos tempos de guerra, por exemplo. É um dos lados científicos do livro.

PNED distinguiu clubes

O PNED – Plano Nacional para a Ética no Desporto, entregou no passado dia 5, na Casa das Artes em Famalicão, prémios e bandeiras de ética a clubes e entidades que se candidataram e cumpriram os respetivos critérios.

Custódio Moreno, Vitor Santos, Lídia Praça e José Lima – a equipa do IPDJ a ladear a representante da Federação de Basquetebol 

A cerimónia, apresentada pelo antigo jornalista Jorge Gabriel (agora apresentador de programas da RTP), teve a presença da Dra. Lídia Praça, do Conselho Diretivo do IPDJ, José Lima, coordenador do PNED, Vitor Santos e Custódio Moreno (delegados do IPDJ no Porto e no Algarve, respetivamente), e também o vereador do desporto de Famalicão, Pedro Moreira.

  • Nuno Delgado e a sua escola de Judo também foram distinguidos