AIPS faz cem anos e lança ‘100 histórias olímpicas’ e procura os campeões do centenário

Gianni Merlo (à direita) presidente da AIPS, e Jura Ozmec, secretário-geral, no estúdio de TV do jornal La Gazzetta dello Sport, em Milão, durante a emissão de celebração dos cem anos da AIPS

O presidente da AIPS, Gianni Merlo, aproveitou a singela celebração dos cem anos da organização para lança uma votação para eleger o melhor desportista destes cem anos e ainda um site com a história de cada país nos Jogos Olímpicos contada e cem segundos por um jovem jornalista.

Merlo e Jura Ozmec, o seu secretário-geral, foram os protagonistas da emissão que, em menos de uma hora, marcou o centenário da AIPS, que foi seguida por 300 pessoas em direto via streaming de todo o mundo via zoom. Realizaram-na a partir do estúdio de TV do jornal La Gazzetta dello Sport, em Milão, um jornal mais velho que a AIPS )foi fundado a 3 de Abril de 1896). O evento começou com ‘Nessun dorma’, música do ‘Turandot’ do compositor Puccini, que faleceu precisamente em 1924 e que foi escolhido como tema do centenário através de uma parceria com a Fundação Festival Puccini, dona dos direitos.

Merlo homenageou os dois primeiros presidentes, o rancês Frantz Reiche e o belga Victor Boin e mostrou-se “muito emocionado” também por estar na Gazzetta, “a minha casa durante 50 anos”. Alertou para o facto de o Jornalismo desportivo”estar ameaçado por muitos fatores, como a Inteligência Artificial se não for regulada como se vai discutindo, porque rouba o nosso trabalho sem pagar nada por isso”. Recordou que a Associação Internacional da Imprensa Desportiva nasceu para lutar por melhores condições de trabalho dos profissionais e que até a UEFA ouve – e age em conformidade – o que lhe é dito pela AIPS. “O nosso dever é continuarmos esta luta que foi iniciada há cem anos”. Gianni Merlo mencionou também a presença cada vez maior dos chamados ‘content creators’ em provas desportivas e que põe problemas de integração (são ou não jornalistas?) e de condições de trabalho. “Temos Grupos de Trabalho a estudar quer a AI quer a possibilidade de integrar ‘content creators’ como Jornalistas”:

‘100 histórias olímpicas por 100 jovens repórteres em 100 sgundos’ está integrado no AIPS Centennial Project e 130 jovens repórteres já tomaram parte nesta iniciativa que pode ser consultada em www.aips100.com. Foi uma ideia de Gianni Merlo que vai continuar a ser desenvolvida.

Outra marca do centenário será o Campeão do centenário, masculino e feminino, através de votação em www.aipsmedia.com’ que começou precisamente nesta terça-feira e corre até dia 26, data do início dos Jogos de Paris 2024.

Os vencedores vão ser anunciados a 6 de Agosto, numa belíssima sala da sede da Unesco em Paris, onde às 8h30 da manhã a AIPS vai receber muita gente, nomeadamente, espera-se, o presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach.

 

Em vez de ir à final da Taça entre o Sporting e o Benfica, o presidente da FPF foi defender preso político que ainda houve quando já não havia Ditadura…

Nos 50 anos

do 25 de Abril,

desporto e mais 

Por ANTÓNIO SIMÕES

Em A Bola do dia 10 de janeiro de 1974 notícia não era apenas a passagem de José Maria Pedroto a selecionador nacional – era Jorge Fagundes na presidência da FPF (e, não o dizendo explicitamente, uma coisa e outra eram sinais de um 25 de Abril a chegar ao futebol antes do 25 de Abril chegar ao país).

No futebol e no país, figuras históricas eram o avô e a avó de Fagundes. Antes, muitos anos antes, vendo futebolistas em treinos ou jogos na cerca do Convento das Irmãs Salésias, na ânsia de copiá-los, alunos da Casa Pia inventaram as «cheias»: bolas de trapos e papéis que pontapeavam nos claustros dos Jerónimos. Ante o entusiasmo que, em fogacho se foi soltando sempre mais e mais, Francisco Simões Margiochi, o seu provedor, mandou vir de Londres, uma «bola a sério». Entregou-a, solene, no Páteo das Malvas, a Januário Barreto – e, a 22 de janeiro de 1897 a sua equipa viveu manhã histórica na primeira vitória de portugueses sobre os ingleses do Carcavelos.

Januário Barreto no Grupo Escolar da Casa Pia que bateu os ingleses do Carcavelos Club

O AVÔ QUE SE TORNOU GRANDE FIGURA DO FUTEBOL NA CASA PIA E FOI O PRIMEIRO PRESIDENTE ELEITO DO SPORT LISBOA

Januário Gonçalves Barreto Duarte nascera na Aldeia do Souto, Covilhã, e, órfão de pai, chegara à Casa Pia aos nove anos. Já médico formado, não estivera na noite da fundação do Sport Lisboa (na união dos casapianos da Associação do Bem com o grupo dos irmãos Catataus) mas logo aderiu ao projeto – e mal o escritório da Farmácia Franco passou a ser acanhado para tal, as reuniões do clube passaram para o seu consultório da Rua Nova de Almada. A 18 de dezembro de 1906, foi eleito presidente do Sport Lisboa – e para a presidência da Liga Portuguesa de Futebol e da Sociedade Portuguesa de Promoção Física, o escolheram também, fora ele quem redigira as primeiras leis de arbitragem que se aplicaram aos Campeonatos de Lisboa (a primeira prova oficial que o futebol português teve…)

Por entre atriz em topless e Misses a jogar à bola, o Sporting-Benfica iludiu Marcelo e assustou Otelo…

Nos 50 anos

do 25 de Abril,

desporto e mais…

Por ANTÓNIO SIMÕES

Pelos cinemas andava já em furor Eusébio, a Pantera Negra, o filme de Juan de Orduña (em que quer ele, quer Flora, fazim papéis de si próprios) – e, que durante as suas filmagens, tivera as areias do Estoril a arder com «ousados biquínis» que por lá foram passando. António de Spínola escrevera Portugal e o Futuro – e os 2000 exemplares postos à venda a 100 escudos ao meio dia de 22 de Fevereiro na livraria do Apolo 70 esgotaram em 15 horas. Quase em todo o lado aconteceu o mesmo. Conta-se que Marcelo Caetano, o Presidente do Conselho que sucedera a Salazar, acabando de lê-lo, largou o desabafo num alvitre:

Um golpe de Estado é agora inevitável.

Nesse abalo mais ou menos enfarinhado se precipitou Caetano para «fim-de-semana a are»sno Buçaco e no regresso solicitou a Américo Tomás (o Presidente da República que antes de ir para Ministro de Salazar fora presidente do Belenenses) que o exonerasse. Não exonerou. Após afastar Francisco Costa Gomes e António de Spínola da chefia do Estado-Maior das Forças Armadas, Caetano voltou a solicitar que o demitisse – e a resposta de Tomás foi como a da outra vez:

Não e já é tarde para qualquer de nós abandonar o cargo!

Vasco Lourenço antes de ser preso na Trafaria, simulou golpe de rapto com Otelo…

Na certeza de estarem sem freio as «reuniões de conspiração dos capitães», o governo (que já demitira Horácio de Sá Viana Rebelo dando-lhe a sua cabeça na fé de que isso lhes esfriasse a contestação aos decretos que permitiam que oficiais milicianos ganhassem privilégios antes apenas conferidos ao Quadro Permamente, o rastilho que levou à criação do Movimento das Forças Armadas) atirara Vasco Lourenço, Carlos Clemente, Antero Ribeiro da Silva e David Martelo compulsivamente para os Açores e para a Madeira – e Vasco Lourenço (que haveria de tornar-se figura de destaque no Sporting, não apenas como membro do Conselho Leonino), revelá-lo-ia (na Visão História – Vencedores e Vencidos, publicada nos 50 anos do 25 de Abril):

A 5 de março tinha acontecido em Cascais uma das mais importantes reuniões do movimento em que foi tomada a decisão de se fazer o golpe de Estado. O governo soube e tentou reagir, transferindo compulsivamente quatro capitães, mas fê-lo de uma forma pífia, porque tinha medo de se meter conosco. Fui um dos escolhidos porque era o principal responsável pela constituição do movimento. Era o coordenador da parte operacional e de toda a ligação.

 «FUI TER COM O OTELO E DISSE-LHE: ESTOU AQUI PARA TU ME RAPTARES»

Tiago Margarido recebeu o Troféu CNID 2024

Tiago Margarido, não tinha podido estar em Viseu paa receber o troféu com que foi distinguido, acabou por recebê-lo na quarta-feira, dia 12, no Porto, das mãos do presidente do CNID, Manuel Queiroz.

O treinador do Nacional, que ficou em 2º lugar na II Liga foi o distinguido desta época de 2023-24 como Treinador da II Liga. Estes têm sido bons tempos para Tiago Margarido, que além de ver o contrato renovado com a equipa insular, também se casou  no dia 9.

Natural de Gaia, onde nasceu há apenas 35 anos, Tiago Margarido, formado em edcação Física, disse-se ‘muito honrado com o prémio’ que é mais um marco na sua carreira ainda curta. Coo jogador era defesa-central esteve no Boavista e no Leixões mas rapidamente duas lesões fizeram com que deixasse a carreira para se tornar treinador – ‘foi o fenómeno Mourinho, no FC Porto e depois no Chelsea, que me despertou para o treino”.. Pelos vistos, em boa hora.

Comunicado sobre diferendo Record-Torreense

O CNID convidou o Sport Clube União Torreense, representado pelo Diretor de Comunicação e Marketing, Marco Castro, e Duarte Nuno Gomes, colaborador/correspondente do Jornal Record, para uma reunião onde ambas as partes pudessem ultrapassar os diferendos existentes e que levaram à proibição da entrada do nosso associado, de forma credenciada, nos jogos do clube de Torres Vedras.

O resultado desta mediação foi o entendimento dos argumentos de ambos e o acordo para que a proibição fosse retirada com efeitos imediatos. O CNID reconhece a importância dos correspondentes no trabalho de proximidade com os clubes profissionais e felicita a abertura do Sport Clube União Torreense e do nosso associado para ultrapassar as questões existentes.
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Reportagem da SportTv recebe certificado da AIPS

A reportagem com o título ‘Contra a corrente’, que conta a história de Norberto Mourão, recebeu um certificado dos AIPS Awards 2024 como quarto classificado na categoria ‘Perfil video de atleta’.

A rteportagem de Patrícia Rocheta e Ivo Costa, com os repórteres de imagem Guilherme Camelo e Vasco Miguek Rocha, a edição de imagem de Pedro Henriques e grafismo de Patrícia Rocheta.não chegou aos três primeiros lugares, que foram escolhidos por um júri alargado e que tiveram recentemente representantes na entrega dos prémios, em Santa Susanna (Espanha) no início de maio, durante o congresso da AIPS (Associação Internacional da Imprensa Desportiva).

O CNID está muito empenhado em contribuir para que mais portugueses possam concorrer a estes prémios anuais, que representam um reconhecimento internacional e que, além disso, dão alguns milhares de euros aos vencedores.

Os árbitros trataram o seu presidente como «colonialista assassino», ele demitiu-se e só depois mandou «pôr bombas»…

Nos 50 anos

do 25 de Abril,

desporto e mais… 

Por ANTÓNIO SIMÕES

Ao cimo da primeira página de A BOLA do dia 4 de maio de 1974 (sob foto dele como aluno do Instituto Nacional de Educação Física) exaltava-se o almirante Pinheiro de Azevedo como «homem da Junta e do Desporto» por formar, com António de Spínola na sua presidência, a Junta de Salvação Nacional (que saíra do golpe militar de 25 de Abril). Em destaque menor se dava notícia, numa das páginas interiores, do destino a que se forçara o presidente da Comissão Central de Árbitros (de Futebol) também que não tardaria tratado (pelos árbitros e não só) como «colonialista assassino»: o Capitão de Mar e Terra, Guilherme de Alpoim Calvão…

A Comissão de Árbitros (para defesa da classe) formada por Joaquim Campos, António Garrido, Ismael Baltasar, Adelino Antunes e Sebastião Pássaro (eleita dias antes) não perdeu tempo a enviar a essa Junta de Salvação Nacional (com Pinheiro de Azevedo que já então tinha um sobrinho-neto chamado Bruno de Carvalho, esse mesmo que haveria de ser presidente do Sporting) um telegrama que era mais do que manifesto (em tom revolucionário): «Os árbitros de futebol saúdam V. Exas, assim como as gloriosas Forças salvadoras da Pátria – e nesta hora de júbilo nacional estão frontalmente ao lado do Movimento das Forças Armadas. Mais solicitam a V. Exas a demissão imediata do presidente da Comissão Central dos Árbitros de Futebol, elemento imposto aos mesmos e da confiança do regime cessante.»

Ao sabê-lo, em sua defesa (e na defesa da sua posição) Alpoim Calvão ripostou de pronto:

Como se sabe, os árbitros não vêm elegendo os seus dirigentes, pelo que fui nomeado e não eleito. Houve, naturalmente, quem concordasse e quem discordasse. E, para não criar problemas à causa da arbitragem, já que a minha permanência no cargo poderia dar origem a casos que teriam de cair sob a alçada disciplinar, decidi dar um passo atrás, renunciando ao cargo. Continuo, porém, na presidência da Federação Portuguesa de Remo, já que aí fui eleito pelos clubes e não nomeado.