Estamos a iniciar uma nova época, apesar de o desporto hoje ser um contínuo que tem pontos altos e menos altos, mas na verdade não tem paragens.
Uma das razões para isso no nosso país é o reforço que têm tido as modalidades coletivas. Dantes era só o futebol, hoje temos os vários escalões do andebol, do básquete, do hóquei, quer no masculino mas agora também no feminino, a obrigar a estar atento. mais o ciclismo de pista (além do de estrada), a natação, o ténis, o ténis de mesa, o atletismo, a canoagem, o judo e podia continuar, mas não vale a pena. Uma das conclusões a tirar para os Jornalistas é de que há oportunidades de trabalho, se calhar sob novas formas, em mais modalidades, para além do futebol. Parece-me importante referir isto, porque é decisivo para nós ter cultura desportiva, mas também ter especialização e procurá-la em segmentos que podem fazer sentido também economicamente. Há um caminho a fazer e todos os desportos melhoram com melhor Jornalismo.
Depois há o futebol. Também aqui a especialização ganha foros de cidadania – veja-se o mercado de transferências e os programas de televisão que suscita. De resto, é um mistério para mim que nenhuma rádio faça alguma coisa parecida. Ou que na internet não haja mais espaços sérios – convém sublinhar a seriedade – que tratem desses assuntos. E começa a ser necessário ter Jornalistas especialistas em ataque e defesa, por exemplo. Ou em guarda-redes. Há uma mais-valia no setor que podemos explorar. Ou o futebol feminino, que precisa mesmo de quem se dedique Jornalisticamente para poder ser melhor.
A imaginação, a discussão com os colegas e com os homens e as mulheres que praticam ou treinam em cada desporto são a forma, creio, de podermos dar um salto em frente e melhorar este ambiente deletério em que vivem muitos de nós.
Esperemos que esta época de 2025-2026 seja um novo arranque do Jornalismo. Quando vemos o recorde de investimento no futebol dos maiores clubes portugueses, percebe-se que esta é uma época chave. Vão existir muitas pressões sobre os Jornalistas – há sempre e há mais quanto maiores forem os interesses em jogo – e a nossa resposta tem que ser a mesma de sempre: cumprir as boas práticas, ouvir os interesses atendíveis e publicar o que for de interesse. Se Jornalismo, numa conhecida e simples definição, é publicar notícias que desagradam a alguém, o trabalho não é fácil, mas é para isso que somos treinados e não podemos defraudar os leitores, os ouvintes ou os espetadores. Sempre de consciência tranquila.
Manuel Queiroz
Presidente da Direção





